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domingo, 11 de setembro de 2016

A Belle Époque.

Em português significa Bela Época e mostra o período cosmopolita na Europa. A Belle Époque se iniciou no final do século XIX, mais especificamente em 1871, e foi até o início da Primeira Guerra Mundial em 1914. É possível com essa expressão denominar o espírito intelectual e artístico que ocorria na Europa. Nesse momento, houve transformações culturais as quais alteraram os modos de viver e de pensar.
Paris era um grande centro, não só cultural, mas também de diversão.Dança no Moulin Rouge (1890), de Henri de Touolouse-Lautrec, Museu de Arte de Filadélfia.

A Belle Époque foi uma época da beleza, da inovação e da paz entre os países europeus, o que implica dizer que não houve enfrentamentos bélicos, a chamada “Paz Armada”. Vamos compreender a “Paz Armada” e depois voltaremos ao tema da Belle Époque. Esse nome, “Paz Armada”, ocorreu entre 1871 a 1914, e foi crucial para preparar para a Primeira Guerra Mundial. Parte dos orçamentos europeus era direcionada à corrida armamentista o que levou a Europa se tornar um campo militar. Nos demais territórios, os progressos industriais eram utilizados para desenvolver seus componentes bélicos. O imperialismo levou a criar pontos de tensão e uma ininterrupta corrida armamentista elevando o nacionalismo e o patriotismo. Com isso, quaisquer rupturas entre os países era sinal de grandes proporções desastrosas à Europa.
A “Paz Armada” teve seu início com a unificação alemã, a qual foi feita à custa da derrota da França causando a queda da monarquia, crise no país e a retirada dos territórios: Alsácia e a Lorena. A partir disso, a Alemanha fez alianças político-militares, com outros países, para se prevenir de possível revanche francesa. A França fez o mesmo para tentar se fortalecer contra a Alemanha. A Itália e a Alemanha, após as suas unificações, desejavam construir impérios ultramarinos para se tornarem potências industriais com o intuito de concorrer com a Grã-Bretanha e a França.
A conquista de impérios se dava a partir de fatores militares, o que traria supremacia na Europa. Assim, a corrida armamentista se inicia na Europa. Os elementos bélicos, nesse sentido, serviam como instrumentos de intimidações a outros países e não seriam utilizados na prática.
Outro agravante eram as disputas dentro do próprio continente europeu, em específico a Rússia e a Áustria-Hungria. Essas duas regiões, ao adquirir ou ceder territórios, afetava o equilíbrio étnico. A Península Balcânica, onde hoje se localiza a Grécia, era um barril de pólvora porque havia etnias em meio a arranjos de religião, de línguas e de história. Diante de tensões, uma guerra entre as potências podia ocorrer a qualquer momento e, paralelo a isso, quanto mais tensão, mais incentivo à produção bélica para fortalecer os exércitos.
Com o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, o industrialismo, o militarismo, o imperialismo, o armamentismo, o racismo foram liberados, o que eclodiu a Primeira Guerra Mundial trazendo à superfície a política de alianças entre os países, desde o início da “Paz Armada”, em 1871. A revanche francesa aparecerá nesse momento, no campo de batalha.

Voltando à Belle Époque, as invenções fizeram com que a vida se tornasse mais fácil em nível social e a vida cultural estavam a todo vapor. Os cabarés, o cancan, o cinema e a arte tinham novas formatações com o Impressionismo e a Art Nouveau. Além disso, ocorreu uma cultura urbana de divertimento originada por desenvolvimentos de meios de comunicação e de transporte, aproximando todas as cidades.
Na França acontecia a Terceira República Francesa (início de 1870), paralelamente à Belle Époque, com um grande otimismo e uma impressão de viver uma paz regional. Isso tudo através de uma prosperidade econômica juntamente com as inovações culturais, científicas e tecnológicas. Foi em Paris, capital da França, que houve o florescimento artístico o que levou ao reconhecimento de muitas obras primas da literatura, música, teatro e artes visuais. A Belle Époque é designada de “Idade de Ouro” ao ser contrastada com os fatos históricos da Primeira Guerra Mundial.
O Ford T, um carro "bom e barulhento", como diziam seus contemporâneos, grande símbolo progressista da Belle Époque.

Com as inovações, como o telefone, o telégrafo sem fio, a bicicleta, o automóvel e o avião houve novas maneiras de se perceber a realidade. Paris, no entanto, era considerada o centro produtor e exportador de cultura. Assim, exportava-se para todo o mundo a cultura parisiense. Para os intelectuais brasileiros, o referencial de vida era a cultura boêmia apresentada no romance de Henri Murger, Scènes de la vie de bohème, 1848, além das leituras de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Zola Anatole e Balzac. Assim, para que os brasileiros não desvinculassem das atualidades do mundo, deveriam ir pelo menos uma vez ao ano ir a Paris.
A Belle Époque também se expandiu para outros territórios, por exemplo: nos Estados Unidos, se chamou Gilded Age; na Grã-Bretanha, coincidiu com a Era Vitoriana e a Era Eduardiana; no México, foi paralelo ao que se chama de Porfiriato; no Brasil, viviam-se os fins do Império e início da República.
Na Europa, diante de várias mudanças, na arte e na cultura, foram inseridos no dia a dia dos burgueses os teatros, exposições, cinemas, etc. Apenas essa classe social tinha acesso a arte. Nos Estados Unidos, a Belle Époque é inserida através de uma industrialização, iniciada em meados de 1875 e sobrevive até os anos 1930.
A Art Nouveau, em português “Arte Nova”, típica da Belle Époque, ocorreu nos fins do século XIX em reação ao emprego abusivo na arte. Isso significa que a Art Nouveau passou a valorizar os ornamentos, as cores vivas e as curvas sinuosas se baseando nas plantas, nos animais e nas mulheres. É uma arte decorativa o que se observa em fachadas de edifícios, objetos de decoração, jóias, vitrais e azulejos. O pintor, Alfonse Mucha, é um dos mais conhecidos desse estilo artístico.
No fim do século XIX, surge a cultura do divertimento com o êxodo rural, com o desenvolvimento das comunicações e da eletricidade, paralelo ao crescimento urbano. Esse tipo de cultura era próprio dos cabarés por conta do encontro da cultura erudita com os elementos das classes baixas. A cultura do divertimento somente foi possível devido à eletricidade e a diminuição da jornada de trabalho. Com essa alteração da jornada de trabalho, os operários passaram a ter horas livres para o lazer. Dessa maneira, parques e cinemas era sinal de divertimento das massas porque o ingresso era barato e proporcionava certo desligamento da realidade cotidiana dessas classes.

Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.

4 comentários:

  1. Sem dúvidas a "Belle Époque" foi a base para um grande processo de mudança no cenário mundial em diversos fatores. Um ponto marcante dessa época foi o estilo de vida otimista, destacando a França, mais especificamente Paris, que acabou se tornando o centro de influencia cultural em escala Global. Também nessa época ocorreu a construção do monumento que se tornou o símbolo mais proeminente da França, a Torre Eiffel, na qual representava não só a arte do engenheiro moderno, mas também o século da Indústria e Ciência em que as vivenciavam no momento.

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  2. A "Belle Époque" foi um período de várias contribuições, como as inovações do telefone, o telégrafo sem fio, a bicicleta, o automóvel e o avião.

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  3. Durante "Belle Époque" houveram diversas inovações como o uso de vidro, criando as vitrines, e a eletricidade e também no setor bélico, as quais ocorrem de maneira mais "escondida".

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  4. "Belle Époque",época e mudanças e transformaçoes que alteraram o modo de viver da sociedade. Houve a Cultura do divertimento que fornecia um desligamento momentâneo do cotidiano .

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