Por definição, arte e
cultura são ilustrações do conceito aristotélico da potência ao ato. Existe
muita potência na política, na guerra, em cada setor da criação humana. No
momento, está na berlinda a Lei Rouanet que substituiu a Lei Sarney. Ambas
procuraram encontrar um modo decente e eficaz para ajudar a criação artística
em todos os seus níveis.
Potencialmente,
tudo pode ser transformado em arte e cultura, não fosse a intromissão entre a
potência e o ato num instrumento no qual entram interesses escusos, na maioria
políticos e partidários.
A Lei Rouanet,
fruto da experiência e capacidade do ex-ministro e ex-embaixador Sérgio Paulo
Rouanet, atualmente um dos grandes nomes da Academia Brasileira de Letras, pode
não ser perfeita no modo e no tempo, mas é um estágio superior pelo qual o
Estado pode transformar a potência em ato.
Contudo, os abusos
das classes cultural e artística corrompem o processo que elevaria o Brasil em
arte e cultura. São muitos os golpes que estragam a brilhante ideia de Rouanet.
Não é de hoje a intromissão de vigaristas que pretendem se beneficiar da ajuda
oficiosa. Tivemos agora o episódio de um casamento que apelou para a Lei
Rouanet, vendido potencialmente como ato cultural e artístico.
Houve no passado
aberrações históricas. No governo de Carlos Lacerda, foi criada a CAIC,
destinada à produção de filmes que representavam o estágio cultural e artístico
daquela época. O então Banco do Estado da Guanabara financiaria todos os
projetos considerados manifestações da cultura e da arte. Se não me engano, a
verba era insuficiente para qualquer projeto mais sério.
Apesar disso,
foram inúmeros os casos abomináveis, como a daquele produtor que aplicou verba
oficial na compra de uma Kombi para levar a sua mulher e seu cachorro a um
circuito turístico pelo Brasil afora.
Folha de São Paulo, 3/7/16.
Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.
Há uma falta enorme no Brasil dno quesito cultura , devimos envestir mais nisso ja que um cidadãos de cultura ampla podem mudar pra melhor nosso paíz.
ResponderExcluirAto e potência são apontados pelo filósofo como modos de ser divergentes e diferentes. Quando se diz que algo é em ato, diz-se que a coisa existe concretamente, existe em ato, diz-se que possui existência real. Ao se dizer do ser enquanto potência, refere-se a algo que tem a capacidade de realizar sua existência, algo que tem a possibilidade de existir, embora não de modo necessário. Estes dois modos de ser prevalecem sobre todos os seres.
ResponderExcluirQuando se diz que algo é em ato, diz-se que a coisa existe concretamente, existe em ato, diz-se que possui existência real. Ao se dizer do ser enquanto potência, refere-se a algo que tem a capacidade de realizar sua existência, algo que tem a possibilidade de existir, embora não de modo necessário.
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