A 11 dias do início dos jogos
olímpicos, até uma geladeira foi retirada da água.
Poluição pode atrapalhar, e muito, os atletas das regatas.
Poluição pode atrapalhar, e muito, os atletas das regatas.
A Baía de Guanabara
passou a contar com proteção extra contra o maior inimigo dos velejadores no
Rio de Janeiro: o lixo flutuante. O repórter André Trigueiro levou o medalhista
olímpico Lars Grael para conferir a situação da baía, a 11 dias dos jogos.
Ecobarreiras foram
instaladas para impedir que o lixo dos rios chegue até as áreas de competição
de vela. Além disso, 11 barcos têm a missão de recolher tudo que fica boiando
nas águas da baía.
Um dos maiores nomes do
iatismo brasileiro, Lars Grael, navegou com a equipe de reportagem pelas
principais raias olímpicas. Ele foi medalhista olímpico em nas olimpíadas de
Seul e de Atlanta. Hoje, comentarista do time de ouro da Globo, ele não
escondeu a decepção com o que viu.
"Acaba que é uma
competição de vela com obstáculos", afirma Lars.
Dentro da Baía de
Guanabara há quatro raias de competição dos Jogos: Pão de Açúcar, Escola Naval,
Aeroporto e Ponte. A reportagem passeou por algumas delas, em um dia sem chuva,
quando a poluição deveria ser bem menor. Foi avistada uma fileira grande de
lixo flutuante em plena raia da Escola Naval, a principal raia olímpica do Rio
2016.
"Situação:
bastante sujeira, muito óleo na superfície e detritos. Plásticos, latas,
engradados, sujeira diversa. Imagina, em plena regata, essa quantidade de lixo
prendendo no casco da embarcação. É muito mais lixo do que o ecobarco é capaz
de coletar", analisa Lars.
As pás mecânicas não
param de retirar lixo da baía. A reportagem se aproxima de um ecobarco menor,
que tinha acabado de retirar uma geladeira da água. E o responsável pela
embarcação, que também faz a coleta, listou outras sujeiras pesadas encontradas
por ele: "Sofá, colchão, cama, fogão".
É longe das águas que
ficam os olhos que organizam o vai-e-vem dos ecobarcos. Como sucessivos
governos não investiram o suficiente para deixar a Baía de Guanabara mais limpa
para os jogos, o jeito foi apostar em tecnologia. De uma instalação de
monitoramento é possível prever onde há mais chance de aparecer mais lixo e
enviar um ecobarco para uma ação rápida, antes de cada regata.
Cruzando dados da
corrente marinha, dos ventos e da chuva, é produzido um mapa de acúmulo de
lixo: "Antes das provas, o que a gente faz é direcionar os barcos para
regiões onde a gente tem expectativa, pelo nosso sistema, de que haja maior
probabilidade de lixo. Afirma Leonardo Marques da Cruz, diretor da Prooceano,
que também avisa que é uma tarefa bastante difícil e que não é possível pegar
todo o lixo.
Se os ecobarcos não dão
conta de todo o lixo, as ecobarreiras também tem suas limitações: basta um
vento mais forte para espalhar todo o lixo que já existe na baía. Graças a esse
sistema, foi possível colher, em um ano, quase 3 mil toneladas de lixo. A
faxina dessas águas custa ao governo do estado R$ 400 mil por mês.
Outra preocupação dos
atletas é com o esgoto despejado na baía. Desde a última quarta-feira, são
realizados teste diários, para medir a qualidade da água. O secretário estadual
do Ambiente, André Correia, garante: "Essa água, nos locais de vela, não
representa risco à saúde". André diz também que a chance de ocorrer
problema com o lixo durante a Olimpíada é pequena, mas existe: "Descartar
totalmente que possa acontecer isso, eu seria leviano se fizesse isso, mas eu
diria que a probabilidade é muito pequena".
Velejadores do mundo
inteiro já estão no RJ, de olho nos adversários e no lixo. Eles sabem que só
terá chance de medalha quem se adaptar melhor aos obstáculos da baía.
"Olha, para a gente é um desafio, porque às vezes a gente encontra lixo,
né? E aí tem que desviar... realmente a expectativa era que estivesse mais
limpa para os Jogos", lamenta a velejadora Isabel Swan.
O
Comitê Rio 2016 disse, em nota, que houve progresso nos cuidados com a Baía de
Guanabara. O Comitê garante que os atletas não correrão riscos e espera que o
governo do estado conclua a retirada do lixo flutuante para que as regatas
sejam realizadas em alto nível.
Fonte:
http://g1.globo.com/hora1/noticia/2016/07/limpeza-da-baia-de-guanabara-corre-contra-o-tempo-para-receber-regatas.html
Infelizmente,devido a alguns fatores,o Brasil não tem condições de receber as olimpíadas deste ano pelo fato de haver uma grande quantidade de detritos no rio que será utilizado nos jogos prejudicando os competidores que terão "obstáculos" no caminho.
ResponderExcluirÉ um absurdo o que a falta de educação de muitas pessoas fazem. Descartam lixo em qualquer lugar e prejudicam não só o meio ambiente mas também as pessoas, como no exemplo dos atletas. E outra questão é o governo só se preocupar com isso por causa de um evento. Infelizmente no Brasil os problemas são "resolvidos" não por preocupação com a população mas para passar uma imagem falsa para outros países.
ResponderExcluirA limpeza e saúde de baiás e rios do nosso paiz não devia ser uma coisa supercial ou seja , só arrumam a cituação quando os olhos do mundo estam direcionadosao brasil , a limpeza dos rios deveria ser algo constante visando o bem da propio população e não somente de estrangeiros.
ResponderExcluirUma pena que o Brasil só trata como prioridade problemas como esse, em momentos em que o Brasil será exposto em cenário de mundial.
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