Pesquisar

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Maomé.


Maomé, cujo nome completo era Abu al-Qasim Muhammad ibn 'Abd Allah ibn 'Abd al-Muttalib ibn Hashim, foi fundador da religião e civilização islâmica. Nascido em 571 d.C., na cidade de Meca, localizada na Península Arábica, Maomé pertencia à tribo dos coraixitas, especificamente ao clã dos hachemitas, também conhecido pelo nome Banu Hashim, como explica o orientalista David Samuel Margoliouth, em sua obra Maomé e a ascensão do Islã:
Maomé era o filho de pais nascidos em Meca. Consta que seus nomes eram Abdallah (Servo de Alá) e Aminah (A Segura, ou A Protegida). A mãe pertencia aos Banu Zuhrah, e o pai era filho de Abd al-Muttalib, do clã chamado Banu Hashim. É certo que o pai do futuro Profeta morreu antes de o filho nascer, segundo dizem, quando visitava Yathrib, mais tarde conhecida como Medina. A mãe não sobreviveu por muito tempo ao marido, e seu túmulo, como afirmam alguns, encontra-se em Abwa, um lugar a meio caminho entre Meca e Medina, onde, cerca de cinquenta anos depois, seus ossos corriam o risco de ser exumados.
Como ficou órfão muito cedo, Maomé passou a ser criado por seu tio Abu Talib (também do clã Banu Hashim), de quem recebeu educação formal e aprendeu o ofício de comerciar especiarias nas caravanas de camelos transaarianas. Foi como chefe de caravana que, em 595, Maomé conheceu uma rica viúva, também hachemita, chamada Khadijha, passando a trabalhar para ela. Após demonstrar grande destreza na administração dos negócios de Khadijha, Maomé e a viúva, em comum acordo, casaram-se. Esse casamento transformou substancialmente a vida do então comerciante, que não tinha grande fortuna até o momento.
Allah e os hanifs.
O fato é que, ao mesmo tempo em que começava a nova vida com Khadijha, Maomé também passou a viver as primeiras manifestações religiosas que definiriam a religião muçulmana. É importante ressaltar que, antes mesmo de o islamismo firmar-se como religião, em Meca e em outras regiões da Arábia, havia uma confluência de credos, tanto pagãos, politeístas, quanto judaicos e cristãos. Além do monoteísmo judaico e cristão, havia também um terceiro grupo, o dos hanifs, nascido em meio à miscelânea pagã dos grupos tipicamente árabes.
Como bem destaca o historiador Daniel-Rops, em sua obra A Igreja dos Tempos Bárbaros:
“Na época de Maomé, vinham surgindo tendências novas no interior desse politeísmo tradicional: a influência das colônias judaicas e dos cristãos heréticos do mundo arameu, ao norte, e da Etiópia, ao sul, chamava os melhores espíritos para uma religião mais elevada. As divindades particulares continuavam a ser honradas, mas uma delas começava a predominar sobre as outras: Alá, reconhecido como ‘maior’ – Allah akbar. Além disso, encontravam-se já alguns monoteístas – nem judeus nem cristãos – chamados hanifs.”
Os pais de Maomé e muitos membros do clã hachemita adoravam Allah, mas foi Maomé que, nos primeiros anos do século VII, começou a sistematizar a crença propriamente islâmica. A tradição muçulmana relata que Maomé começou a ter progressivas revelações dadas por Deus (Alá) por meio do Anjo Gabriel. Essas revelações teriam dado a Maomé a autoridade de ser o Profeta de Alá, isto é, aquele que teria a missão de corrigir as distorções que judeus e cristãos teriam feito das revelações passadas, e a responsabilidade de retirar as tribos árabes politeístas da “era da ignorância” e convertê-las ao Islã.
Fuga para Yatreb e confrontos militares com Meca.
Maomé começou por converter aqueles que lhe eram mais próximos, como sua esposa, sogro, primos etc. Entretanto, sua radicalização monoteísta começou a ter efeitos sobre a dinâmica social e econômica da tribo coraixita. Outros clãs de Meca passaram a confrontar e perseguir Maomé e seu grupo de convertidos. Com a morte de seu tio e, depois, de sua primeira esposa, Khadijah, que faleceu em 619, Maomé decidiu aceitar o apoio e hospitalidade de famílias residentes na então cidade de Yatreb, para onde migrou em 622. Essa migração, ou fuga, ficou conhecida como Hégira.
Em Yatreb, Maomé conseguiu mais adeptos ao islamismo, de modo que a cidade tornou-se o seu reduto principal e também o seu quartel-general, a ponto de a cidade ter seu nome mudado para Medina (“a Cidade”, ou “Cidade do Profeta”). De Medina, Maomé passou a travar sucessivas batalhas contra Meca. A pregação religiosa passou a se entrelaçar com a guerra e a perspectiva de conquista. Duas das principais batalhas travadas por esse primeiro grupo de muçulmanos foram nas cidades de Badr, em 624, e de Ohod, em 625. Eles venceram a primeira e perderam a segunda. O principal inimigo mequense de Maomé nessa época era Abu Sufayan.
Sufayan, em 627, tentou sitiar Medina, mas os guerreiros muçulmanos conseguiram repelir uma tropa de cerca de 10.000 mequenses. No ano seguinte, houve uma breve trégua com a permissão dada a Maomé, pelos mequenses, de poder peregrinar à sua cidade natal. Em 629, Maomé reuniu seus combatentes e cercou Meca. As batalhas pelo domínio da cidade demoraram até janeiro de 630, quando a resistência de Meca foi subjugada.
O domínio de Meca foi o primeiro passo da grande e rápida expansão islâmica que se veria nos anos seguintes. Maomé morreu dois anos após subjugar sua cidade natal. Sua morte provocou disputas sucessórias que definiriam, mais tarde, os grupos sunita xiita, característicos do desenvolvimento do islamismo.
Fonte: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-media/maome.htm
Enviado por: Gabriel Silva – 1º ano do Ensino Médio.

4 comentários:



  1. Maomé é o profeta e a figura mais importante do islamismo.Nascido em Meca no ano 570 como Mohammad, passou a maior parte da vida como mercador analfabeto, mas, aos 40 anos, teria recebido suas primeiras revelações do arcanjo Gabriel. O fenômeno se repetiu por 23 anos e deu origem ao Corão, livro sagrado dos islâmicos. Maomé pregou a devoção a um Deus único (Alá), lutou contra o infanticídio e defendeu a divisão de terras dos ricos com os pobres, contrariando a classe dominante de Meca. Foi perseguido e mudou-se para Medina, onde estruturou uma poderosa tropa. Retornou dois anos depois e ascendeu como líder político. Naquele tempo, a sociedade árabe era dividida em tribos e clãs, e pode-se dizer que Maomé proporcionou uma unidade nacional por meio da religião, ajudando a posicionar a nação árabe como pioneira cultural e científica 200 anos depois.

    ResponderExcluir
  2. Essa reportagem mostra a história de Maomé, o fundador da religião islâmica, que é a religião que mais cresce atualmente em número de fiéis.

    ResponderExcluir
  3. O profeta Maomé foi o elemento mais importante para o Islamismo, após a aparição do arcanjo Gabriel passou a pregar sua devoção a Alá. Na atualidade o Islamismo é uma das religiões mais conhecidas e seguidas do mundo.

    ResponderExcluir
  4. Pela cidade de Meca passavam rotas comerciais vindas do Mediterrâneo, do Extremo Oriente e da África oriental negociando especiarias, tecidos finos, ouro, marfim, escravos, cereais, azeite. A base da prosperidade local eram o comércio e o culto associados a seu santuário sagrado.

    ResponderExcluir

Comentários