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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Em um ano, desmatamento na Amazônia cresce 29%, diz Inpe.

Brasil teve mais de 7.000 km² removidos da cobertura da floresta; tal marca de devastação não era atingida desde 2010.
Imagem aérea do Rio Juruá, na Amazônia. (Foto: Bruno Kelly/Reuters)
Em um ano, o desmatamento da Amazônia aumentou 29% , de acordo com a estimativa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgada nesta quarta-feira (30).
No período de agosto de 2015 a julho deste ano, uma área de 7.989 km² foi removida da cobertura da floresta por corte raso - tamanho cinco vezes maior que o município de São Paulo. A marca de 7.000 km² devastados não era atingida desde 2010. No levantamento anterior, de 2014/2015, tinham sido desmatados 6.207 km².
As informações são do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal) e representam o índice oficial de desmatamento do governo federal desde 1988. Ele avalia os meses que integram o chamado "calendário do desmatamento", relacionado com as chuvas e atividades agrícolas.
O estado do Pará teve 3.025 km² desmatados, o que representa a maior taxa na Amazônia Legal e 41% a mais do que no último ano. O Amazonas é o estado que teve o maior aumento, com uma devastação 54% superior à registrada em 2014 e 2015, seguido pelo Acre, com 57%.

Os únicos estados do Brasil que apresentaram uma queda no desmatamento foram o Amapá, com menos 4%, e o Mato Grasso, com menos 6%.
Para gerar esta estimativa, o Inpe analisou 89 imagens de satélite para tentar cobrir as regiões que tiveram perto de 90% de desmatamento no período anterior, entre agosto de 2014 e julho de 2015, e para cobrir os 50 municípios prioritários para fiscalização federal.
Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/em-um-ano-desmatamento-na-amazonia-cresce-29-diz-inpe.ghtml 30/11/2016

Enviado por: Isadora Aparecida Silva de Oliveira, 3 ano do Ensino Médio.

Toyotismo.

Na linha de produção toyotista, a quantidade de funcionários é reduzida.
O toyotismo é um sistema de produção industrial difundido a partir da década de 1970 e caracterizou-se por flexibilizar a fabricação de mercadorias.
Na linha de produção toyotista, a quantidade de funcionários é reduzida
O Toyotismo – também conhecido como acumulação flexível – é um modelo de produção industrial idealizado por Eiji Toyoda (1913-2013) e difundido pelo mundo a partir da década de 1970 após a sua aplicação pela fábrica da Toyota, empresa japonesa que se despontou como uma das maiores empresas do mundo na fabricação de veículos automotivos.
A característica principal desse modelo é a flexibilização da produção, ou seja, em oposição à premissa básica do sistema anterior — o fordismo, que defendia a máxima acumulação dos estoques —, o toyotismo preconiza a adequação da estocagem dos produtos conforme a demanda. Assim, quando a procura por uma determinada mercadoria é grande, a produção aumenta, mas quando essa procura é menor, a produção diminui proporcionalmente.
Podemos dizer que o Toyotismo surgiu no Japão em virtude das condições geográficas do país e das transformações históricas relacionadas ao término da Segunda Guerra Mundial. Assim, dispondo de um espaço geográfico reduzido e de um mercado consumidor menor do que o das potências ocidentais, o Japão não conseguia se adequar ao modelo fordista de produção em massa.
Ainda na década de 1950, Eiji Toyoda visitou algumas fábricas norte-americanas a fim de melhor conhecer os seus respectivos processos produtivos. Lá se deparou com empresas gigantescas que detinham grandes espaços para a estocagem de produtos industrializados. Ao fazer as suas constatações, Toyoda não tardou em perceber que o seu país, o Japão, vivendo um complicado período pós-guerra, não conseguiria se adequar àquele modelo industrial. Esse foi o início para que, mais tarde, ele viesse a idealizar um sistema em que a produção ocorresse de forma mais flexibilizada.
Mas além das condições geo-históricas, para o sistema toyotista existir também era necessário um avançado sistema tecnológico nos meios de transporte e comunicação, algo impensável nos tempos em que o fordismo havia sido idealizado. Isso porque a rapidez no deslocamento e no fluxo de mercadorias era uma das bases para que a produção flexibilizada fosse direcionada para o consumo sem atrasos.
Assim, uma das técnicas mais utilizadas por esse modelo industrial foi o Just in time, que significa “em cima da hora”, em tradução livre. Esse modelo funciona na combinação entre os sistemas de fornecimento de matérias-primas, de produção e de venda. Assim, apenas a matéria-prima necessária para a fabricação de uma quantidade predeterminada de mercadorias é utilizada, que deve ser realizada em um prazo já estabelecido, geralmente muito curto.
Com a adoção do just in time, as fábricas passaram a economizar dinheiro e espaço na estocagem de matérias-primas e mercadorias, além de agilizar a produção e a circulação.
Outro ponto importante referente ao sistema toyotista é a diminuição da oferta de empregos, haja vista que o processo de trabalho também se flexibiliza e, ao longo do processo produtivo, um mesmo trabalhador realiza diversas funções, diferentemente do fordismo, em que o trabalho era mecânico e repetitivo. Isso serviu para ampliar o desemprego no setor secundário da economia (que é o setor das indústrias) e transferir a mão de obra para o setor terciário (o setor de serviços), onde os empregos se concentram mais na distribuição de mercadorias do que propriamente em sua produção.
O toyotismo, em linhas gerais, pode ser considerado como o sistema responsável pela terciarização da economia, algo que já ocorreu nos países desenvolvidos e que vem se acelerando também no mundo subdesenvolvido.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/toyotismo.htm

Enviado por: Henrique Meneses - 3º ano do Ensino Médio.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Mundo do futebol envia pêsames ao Chapecoense após queda de avião.

Avião que transportava a delegação da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, sofreu um acidente na madrugada desta terça-feira (Foto: Luis Benavides/AP).
O mundo do futebol ficou de luto nesta terça-feira (30), quando times, jogadores e torcedores de todo o planeta enviaram homenagens e expressaram apoio ao time brasileiro Chapecoense após acidente aéreo na Colômbia que matou 75 pessoas, entre elas vários jogadores.
O pequeno clube da cidade de Chapecó, em Santa Catarina, estava prestes a disputar o maior jogo de sua história, a partida de ida da final da Copa Sul-Americana, na quarta-feira, quando seu avião caiu em uma área rural montanhosa nos arredores da cidade colombiana de Medellín.
Uma das primeiras mensagens veio dos rivais da decisão, o Atletico Nacional de Medellín.
"O Nacional lamenta profundamente e expressa sua solidariedade com o @ChapecoenseReal no acidente e aguarda informações das autoridades", tuitou o time da casa logo depois de o desastre ser noticiado.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse no Twitter: "Neste momento difícil, nossos pensamentos estão com as vítimas, suas famílias e seus amigos".
Rivais dos dois times tuitaram seu apoio. Flamengo e Santos, no Brasil, e Club Junior e Millionarios, na Colômbia, foram alguns dos que enviaram seus pêsames, muitos deles acompanhados pela hashtag #ForçaChape.
O acidente comoveu clubes de outras regiões. O inglês Arsenal disse: "Pensando em vocês, @ChapecoenseReal" e o Barcelona tuitou: "Todo nosso apoio e solidariedade estão com as vítimas e as famílias afetadas pela tragédia do @ChapecoenseReal na Colômbia".
O capitão da seleção da Inglaterra, Wayne Rooney, escreveu em seu tuíte: "Notícia triste ao acordar hoje. Os pensamentos estão com o @ChapecoenseReal e suas famílias e seus amigos".
Os jogadores do Real Madrid fizeram um minuto de silêncio antes de treinar na manhã desta terça-feira, e futebolistas de todo o mundo compartilharam suas condolências.
Neymar simplesmente tuitou o escudo do time catarinense, e o goleiro do Porto, IkerCasillas, disse "boa sorte e sejam fortes!".
O São Paulo cancelou os planos de apresentar Rogério Ceni como seu novo técnico nesta terça-feira, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) suspendeu a partida de volta da final da Copa do Brasil entre o Grêmio e o Atlético Mineiro na noite de quarta-feira.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/11/mundo-do-futebol-envia-pesames-ao-chapecoense-apos-queda-de-aviao-20161129105007038042.html

Enviado por: Lucas Mendes – 3º ano do Ensino Médio.

Como a vitória de Trump pode afetar o Brasil?

Em um triunfo inesperado, o republicano Donald Trump foi eleito o novo presidente dos Estados Unidos. Trump conquistou vários Estados-pêndulo, onde os resultados eram imprevisíveis - podiam favorecer tanto um quanto o outro partido -, como Flórida, Ohio e Carolina do Norte, garantindo vantagem sobre Hillary Clinton.
Como o êxito do republicano pode afetar o Brasil? Leia a seguir expectativas sobre os principais temas da agenda bilateral.
Economia e comércio
O Brasil se beneficiaria de uma maior abertura dos EUA a produtos brasileiros. Hoje, os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China.
Historicamente, o Partido Republicano, de Trump, defende o livre comércio e se opõe a medidas protecionistas que ajudassem empresas americanas a competir com estrangeiras.
Assim, um candidato republicano tenderia a ser melhor para os interesses econômicos do Brasil do que um candidato democrata, que tende a ser mais protecionistas para defender indústrias e empregos locais.
Mas Trump inverteu essa lógica ao propor renegociar os acordos comerciais firmados pelos EUA para preservar empregos no país e reduzir o déficit americano nas transações com o resto do mundo.
Se o empresário colocar essas ações em prática, o Brasil poderia ser prejudicado.
A professora de Relações Internacionais da ESPM Denilde Holzhacker afirma que as consequências seriam imediatas e negativas, e causariam o que muitos economistas estão chamado de "efeito Trump".
"Como ele fez propostas muito amplas e populistas, o efeito econômico dessas medidas podem ter impacto grande e gerar um caos na economia - principalmente porque ele é contrário ao livre comércio, se mostrou protecionista."
Mas Holzhacker faz uma ressalva sobre a aplicação dessa medidas.
"Agora, para saber o quanto ele vai conseguir implementar disso, vamos ter que esperar. Ele é tão imprevisível e tudo fica tão indefinido que prejudica muito o cenário econômico."
Imigração e vistos
Estima-se que um milhão de brasileiros vivam nos EUA, boa parte em situação migratória irregular.
Ele diz que protegerá o "bem-estar econômico de imigrantes legais" e que a admissão de novos imigrantes levará em conta suas chances de obter sucesso nos EUA, o que em tese favoreceria brasileiros com alta escolaridade e habilidades específicas que queiram migrar para o país.
Outro tema de interesse dos brasileiros é a facilidade para obter vistos americanos. Trump fez poucas menções ao sistema de concessão de vistos do país.
Hoje, Brasil e EUA negociam a adesão brasileira a um programa que reduziria a burocracia para viajantes frequentes brasileiros, como executivos. A eliminação dos vistos, porém, ainda parece distante.
Para que a isenção possa ser negociada, precisaria haver uma redução no índice de vistos rejeitados em consulados americanos no Brasil, uma exigência da legislação dos EUA.
Tanto Barack Obama quanto Hillary Clinton apoiavam reformas no sistema de imigração americano, que dariam cidadania a imigrantes ilegais que hoje vivem nos Estados Unidos.
Já Trump fez declarações polêmicas durante a campanha, ameaçando deportar 11 milhões de imigrantes ilegais. Sua promessa de construir um muro na fronteira com o México gerou revolta entre parte da comunidade hispânica no país.
Ao final da campanha, Trump não mudou o tom prometendo, por exemplo, "veto extremo" à imigração. Mas deu menos detalhes sobre quais políticas irá realmente adotar. No entanto, é praticamente certo que as medidas propagadas pelos democratas não serão implementadas.
Relação com o Brasil
O Brasil e a América Latina não foram tratados como temas prioritários nas campanhas dos dois candidatos.
Em 2015, Trump citou o Brasil ao listar países que, segundo ele, tiram vantagem dos Estados Unidos através de práticas comerciais que ele considera injustas. A balança comercial entre os dois países, porém, é favorável aos EUA.
Como empresário, Trump é sócio de um hotel no Rio de Janeiro e licenciou sua marca para ser usada por um complexo de edifícios na zona portuária da cidade. Anunciada em 2012, a obra ainda nem começou.
Para a professora de Relações Internacionais da Unifesp Cristina Pecequilo, como Trump não falou nada sobre o país, após a rápida menção de 2015, e se distanciou de temas ligados à América Latina, não deve haver muitas mudanças para os brasileiros. No entanto, diferentemente de Hillary, o republicano tem o elemento de imprevisibilidade.
"A situação do governo Hillary para  o Brasil teria sido mais tranquila porque era mais previsível por qual caminho ela iria. Seria a continuidade do governo Obama, de uma dimensão política que tem o reconhecimento do Brasil como relevante, sem muitas mudanças."
Pecequilo afirma que o país deve perder relevância na visão dos Estados Unidos dado o conturbado cenário interno.
"Eles estão com tanto problema dentro de casa, que o Brasil não é uma preocupação."
Questão de química
Especialistas nas relações Brasil-EUA costumam dizer que os laços entre os dois países dependem em grande medida da química entre seus líderes, independentemente de seus partidos ou ideologias.
Eles afirmam que, embora seguissem tradições políticas bastante distintas, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e George W. Bush (2001-2009) tinham uma relação tão boa quanto a mantida entre FHC (1995-2002) e Bill Clinton (1993-2001), que tinham maior afinidade ideológica.
Já a relação entre Barack Obama e Dilma Rousseff nunca foi tão próxima e sofreu com a revelação de que o governo americano havia espionado a presidente brasileira.
Analistas afirmam ainda que Brasil e EUA têm relações bastante diversificadas e que os laços devem ser mantidos qualquer que seja o resultado da eleição em novembro, já que os dois governos dialogam dentro de estruturas burocráticas.
Do lado brasileiro, há interesse em se aproximar mais dos EUA, vença quem vencer. Em entrevista à BBC Brasil em julho, o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral, disse que o governo Temer investiria nas relações com as cinco principais potências globais (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido).
Amaral afirmou ainda que, na Embaixada, priorizaria áreas em que Brasil e EUA têm maior convergência, como direitos humanos e meio ambiente.
Fonte: BBC BRASIL, 10 de novembro de 2016

Enviado por: Sophia Paula Dal Bello - 3º ano do Ensino Médio.

Regime sírio tenta reconquistar Aleppo e mudar rumos da guerra.

Para o governo de Assad, a tomada de Aleppo seria 'uma de suas maiores vitórias', diz Mathieu Guidere, especialista em geopolítica do Oriente Médio.
O presidente Bashar al-Assad está decidido a reconquistar Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, para desferir um golpe decisivo contra os rebeldes e reposicionar o seu regime na cena internacional, num momento de possível mudança na diplomacia americana.
Para o governo de Assad (foto), a tomada de Aleppo seria 'uma de suas maiores vitórias', diz Mathieu Guidere, especialista em geopolítica do Oriente Médio (Foto: SANA/Reuters).
Para o governo de Assad (foto), a tomada de Aleppo seria 'uma de suas maiores vitórias', diz Mathieu Guidere, especialista em geopolítica do Oriente Médio (Foto: SANA/Reuters)
Há vários meses, ofensivas se sucedem para tomar os bairros da zona leste de Aleppo, nas mãos dos rebeldes desde o verão de 2012. A última, lançada em meados de novembro, pode ser decisiva, uma vez que o Exército conseguiu capturar a maioria desses bairros.
Para o governo de Assad, a tomada de Aleppo seria "uma de suas maiores vitórias", considera Mathieu Guidere, especialista em geopolítica do Oriente Médio.
"Esta foi uma das primeiras cidades conquistadas pela oposição armada" e tem um "extraordinário prestígio histórico, político ou geopolítico", explica o professor da Universidade de Paris-8.
A antiga capital econômica e centro industrial da Síria está localizada em um eixo comercial estratégico, perto da fronteira com a Turquia.
Desde 2012, Aleppo está dividida entre as áreas controladas pelo governo a oeste, onde 1,2 milhão de pessoas vivem, e os bairros rebeldes no leste, onde mais de 250 mil pessoas residem.
'Virada' 
A tomada de Aleppo "seria uma virada", garante Fabrice Balanche, especialista em Síria no Instituto Washington. Isso porque permitiria ao regime "controlar Damasco, Homs, Hama (centro), Latakia (oeste) e Aleppo, ou seja, as cinco maiores cidades" e a Síria útil.
A metrópole do norte é também a chave para recuperar a província de Idleb (noroeste), quase inteiramente controlada pelos rebeldes e extremistas.
"Isso vai mudar o equilíbrio de forças no conflito", afirma Bassam Abu Abdullah, diretor do Centro de Damasco para Estudos Estratégicos.
De acordo com ele, "o objetivo é empurrar esses grupos (rebeldes) para o cenário de Homs", a terceira maior cidade do país, onde os insurgentes se renderam em 2014 após dois anos de cerco e bombardeios.
Desde 17 de julho, a pressão é máxima na zona leste de Aleppo, sitiada pelas forças do governo, privada de ajuda humanitária, ameaçada de escassez alimentar e onde quase todos os hospitais foram bombardeados. Neste cenário, os países ocidentais denunciam "crimes de guerra".
Tal ânsia destina-se a forçar os civis, pressionados pela fome e a miséria, a se voltar contra os rebeldes. Várias centenas deixaram a zona leste de Aleppo no último final de semana para áreas controladas pelo governo, no primeiro êxodo deste tipo desde 2012.
"Você só pode recuperar um território se a população não apoiar mais os rebeldes", diz Balanche.
'Posição de força'
A tomada de Aleppo colocaria o regime em uma posição forte para sair vitorioso da guerra que assola a Síria desde 2011 e que já fez mais de 300 mil mortes e milhões de deslocados e refugiados.
Neste cenário, os grupos rebeldes se limitariam a Idleb, a algumas localidades de Deraa (sul), o berço da sua revolta, e perto de Damasco, onde também recuaram com a perda dos redutos de Daraya e Muadamiyat al-Sham.
"Este não é o fim desses grupos, mas uma derrota em Aleppo significaria que (...) não são capazes de manter a população sob seu controle e protegê-la", afirma Guidère.
Para Balanche, a perda de Aleppo mostraria que "a oposição é incapaz de uma grande vitória militar" e de posar como uma "alternativa" frente a Damasco. "Aleppo é a última esperança de poder ser capaz de formar um território viável" para os rebeldes, mas, se for conquistada, este "sonho desvanece-se", diz.
Para Abdullah, "a perda de Aleppo marcará o fim das últimas esperanças dos países" que apoiam a oposição, incluindo a Arábia Saudita, Qatar e Turquia.
Com uma vitória, Damasco controlaria a chave de uma possível retomada das negociações de paz, depois do fracasso este ano de três sessões de diálogo sob mediação da ONU. "O regime estará em uma posição forte: será ainda menos provável que queira negociar", considera Guidère.
A chegada de Donald Trump à Casa Branca em janeiro, sinônimo de uma possível virada na diplomacia americana, poderia mudar isso.
"Sabemos que Trump não está tão interessado em investir na Síria. Se, além disso, Aleppo cair (...), não valerá a pena apoiar a oposição síria", acredita Balanche.
Em outubro, durante um debate presidencial, Trump já havia proclamado: "Eu acho que, basicamente, Aleppo já caiu".
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/regime-sirio-tenta-reconquistar-aleppo-e-mudar-rumos-da-guerra.ghtml

Enviado por: Emanuel Dias de Oliveira – 3º ano do Ensino Médio.

domingo, 27 de novembro de 2016

Os dez segredos da vida privada de Fidel Castro.

Líder cubano sempre teve fama de mulherengo
Jamais saberemos quantos segredos Fidel Castro levou para o túmulo.
Por décadas a fio, a vida privada do líder cubano foi guardada a sete chaves.
As motivações estariam ligadas à sua segurança, como ele próprio explicou em entrevista a jornalistas em Havana, em 2000.
"(A CIA e os exilados cubanos) querem saber se tomei ou não tomei banho, os detalhes de como está a minha próstata e querem, inclusive, raios X", afirmou.
Mas Fidel também acreditava que autoridades como ele não deveriam misturar a vida pública com a privada.
"Sendo assim, reservei-me uma liberdade absoluta", disse em um documentário em 2001.
Alguns detalhes, no entanto, escaparam dessa cuidadosa blindagem. A "BBC Mundo", o serviço em espanhol da "BBC", selecionou dez deles.
1. Data de nascimento:
Oficialmente, Fidel nasceu em 1926. Mas pesquisadores dizem que ele veio ao mundo um ano depois, em 1927.
Mario Beira, autor do livro Fidel Castro Ruz: Um Estudo Psicanalítico é um dos que argumentam que o pai de Fidel, Ángel Castro, mudou sua data de nascimento para que o menino pudesse pular do terceiro para o quinto ano e, com isso, cursar uma escola secundária.
Outros sustentam essa teoria com declarações que a mãe do líder cubano, Lina Ruz, e seus irmãos deram à imprensa estatal nos primeiros anos da revolução, assim como dados recolhidos pelos primeiros biógrafos locais.
Em 1977, a jornalista americana Barbara Walters perguntou a Fidel em que ano ele havia nascido.
"Fico com a data menos favorável", respondeu o líder cubano.
2. Nome:
Oficialmente, seu nome era Fidel Alejandro. Mas quem teve acesso às suas certidões de nascimento  - que são várias, devido à condição original de filho ilegítimo, posteriormente regularizada - assegura que ele teve outros nomes.
A historiadora brasileira Cláudia Furiati foi a primeira a documentar o assunto. No livro Fidel Castro: A história me absolverá, publicado em 2003, ela diz que, em sua certidão de batismo de 1935, Fidel está registrado como Fidel Hipólito Ruz González.
Fidel Castro era filho ilegítimo de Ángel Castro, imigrante espanhol.
Já a de 1938, consta outro nome: Fidel Casiano Ruz González.
E, finalmente, em 1941, quando foi reconhecido, o líder cubano passa a se chamar Fidel Alejandro Castro Ruz, nome pelo qual ficou conhecido até hoje.
Sobre o assunto, Fidel disse apenas que "em 13 de agosto (dia de seu aniversário) é o dia de São Hipólito Casiano, mas me deram o nome de Fidel por causa do homem que ia ser meu padrinho".
3. “Fortaleza”:
"Punto Cero" é o nome que os serviços de inteligência cubanos dão a Jaimanitas, como é chamada a residência de Fidel em Havana, por décadas cercada de mistério.
A primeira vez que o público viu registros do interior da casa foi em 2001, quando Dashiel Torralba, ex-namorada de um dos filhos do líder cubano, fugiu de Cuba e entregou um vídeo caseiro à rede de TV americana Univisión.
Situada em um subúrbio de Havana, em uma área onde antes se localizava um campo de golfe, trata-se de uma construção em forma de ferradura, ao redor de uma piscina.
O vídeo de Torralba mostra um longo corredor exterior, um amplo jardim com alguns brinquedos, uma cozinha com revestimento de aço inoxidável e uma mesa de jantar com oito cadeiras e uma TV, sem muitos luxos.
Na ocasião, o então vice-presidente, Carlos Lage, classificou a exibição do vídeo como uma "baixeza repugnante". Mas depois que Fidel deixou o poder, em 2008, os controles foram relaxados e algumas personalidades ganharam acesso à residência do líder cubano.
Em janeiro de 2014, por ocasião da cúpula da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) realizada em Havana, vários presidentes visitaram Fidel em sua casa. As fotos distribuídas por agências de notícias mostravam o líder cubano e seus convidados na varanda com cadeiras de balanço de vime simples.
Uma reportagem do jornal britânico, The Guardian, acrescenta que a "casa modesta" conta com dois andares e quatro quartos, enquanto que o diário Telegraph, também do Reino Unido, a descreve como uma construção "bem equipada" que contrasta com "a imagem de austeridade exigida dos ministros cubanos".
4. Fortuna:
O patrimônio de Fidel é um assunto espinhoso, que divide correligionários e detratores.
A revista americana, Forbes, passou a incluí-lo em sua lista de mais ricos a partir de 1997. Em 2006, último ano em que figura na compilação, o líder cubano aparece com uma fortuna de US$ 900 milhões (R$ 3,1 bilhões).
A cifra se baseia em seu "poder econômico sobre uma rede de companhias de propriedade do Estado".
Fidel classificou a avaliação da Forbes como uma "mentira repugnante".
Outros acreditam que sua fortuna pode ser ainda maior. Segundo eles, o patrimônio do líder cubano está seria parte das chamadas "Reservas do Comandante", que inclui contas bancárias, negócios e propriedades dentro e fora de Cuba.
Três estilos, três épocas: uniforme militar, terno e roupa esportiva.
5. Com que roupa?:
Desde o início da década de 50, Fidel Castro não era visto em público senão com vestimenta militar.
"Com o uniforme não tenho que pôr gravata todos os dias. Evita o problema de que roupa vou usar, que camisa, que calças", disse Fidel ao jornalista espanhol, Ignacio Ramonet.
Em 1994, por sugestão do amigo, o escritor colombiano Gabriel García Márquez, experimentou usar uma camisa informal conhecida como guayabera, na Conferência dos Não Alinhados, segundo o documentário Fidel, A história não contada, da cineasta cubana Estela Bravo.
Naquele mesmo ano, começaria também a vestir-se de terno.
Depois de uma cirurgia em 2006, a saúde fragilizada o levou a um estilo mais informal: calças e casaco esportivos. Razão pela qual a revista americana Time o incluiu em uma lista recente de governantes mais malvestidos do mundo.
E sua famosa barba? Começou a usá-la ainda nos anos 50 e nunca a abandonou.
6. Mulheres e filhos:
Fidel Castro gozava de fama de mulherengo e até hoje não se sabe quantos filhos o líder cubano teve.
Em seu livro, Without Fidel (2009), (Sem Fidel, em tradução livre), a jornalista americana, Ann Louise Bardach, disse que o total chega a 11, entre legítimos e ilegítimos.
Fidel se casou em 1948 com Mirta Diaz-Balart, jovem de uma família abastarda, que conheceu nos tempos de estudante. Com ela, teve um filho: Fidel, conhecido como “Fidelito”, que chegou a se encarregar do programa nuclear cubano.
O casamento acabou em 1955 e, segundo Bardach, no ano seguinte, teve três filhos de três mães diferentes.
A mais famosa é Alina Fernández. Sua mãe é Natalia Revuelta, uma jovem da alta sociedade que defendeu ardorosamente a revolução. Alina, por outro lado, fugiu de Cuba em 1993 e se tornou uma das maiores críticas do regime.
Fidel Castro e a companheira de longa data, Dalia Soto del Valle.
A menos conhecida é Panchita Pupo, cuja existência foi revelada por Bardach há alguns anos. Por último, nasceu Jorge Ángel, filho de María Laborde, uma admiradora que Fidel conheceu ao sair da prisão.
Em seguida, o líder cubano teve cinco filhos com a companheira de longa data, Dalia Soto del Valle, uma professora de escola que ele conheceu durante as campanhas de alfabetização dos anos 60: Alexis, Alexander, Antonio, Alejandro e Ángel.
Fidel só se casou com Dalia em 1980. Mas foi apenas em 2003 que o rosto dela se tornou conhecido em todo o país, durante uma transmissão da TV estatal.
"Enquanto não era um pai de estilo afetuoso, Fidel cumpria com suas obrigações e mantinha um olho? Ainda que distante? Sobre o clã. Sustentava financeiramente todos os filhos e garantia que todos teriam oportunidades", escreveu Barach.
A jornalista inclui outros herdeiros não confirmados, como um homem chamado Ciro Redondo, que teria sido fruto de uma breve relação do líder cubano. E em 2007, uma desertora dos serviços de inteligência disse ter dado à luz a outro filho de Fidel nos anos 70.
7. Paixão por esportes:
Sua paixão por beisebol era conhecida do público. Alguns dizem que ele teria chegado, inclusive, a realizar testes para jogar com um dos mais famosos times do mundo, o New York Yankees, da Liga Profissional Americana (MLB). Outros acreditam que tudo não passou de mito.
Paixão de Fidel por beisebol era conhecida.
"Em um país como Cuba, onde a cobertura dos esportes era ampla e completa (...) não há nenhum registro de que Fidel Castro tenha jogado, e muito menos de que tenha sido estrela de alguma equipe", escreveu o professor da Universidade de Yale Roberto González Echevarría em seu livro Uma história do beisebol cuban (1999).
Fidel também gostava de pescar em alto mar.
O líder cubano nutria ainda uma paixão pelo basquete. Em 1991, quando a seleção brasileira feminina de basquete derrotou a cubana na final do Jogos Pan-Americanos de Havana, o líder estava no estádio e chegou a brincar com as duas principais jogadoras brasileiras, Paula e Hortência, dizendo que não iria dar as medalhas de ouro para elas na cerimônia de premiação.
8. Gosto por charuto:
Reza a lenda que o famoso charuto “Cohiba” foi inventado pelo amigo de um de seus guarda-costas, Eduardo Rivera Irizarri, especialmente para Fidel, em meados dos anos 60.
O líder cubano acabaria por abandonar o hábito em 1985, por razões de saúde. Seu único contato depois dessa data foi quando autografava caixas destinadas a celebridades "em benefício da saúde pública de Cuba".
9. Boa sorte:
"Se sobreviver a tentativas de assassinato fosse uma modalidade da Olimpíada, ganharia medalha de ouro", disse Fidel em certa ocasião.
"Ele tem uma sorte que pode ser confundida até com algo sobrenatural", disse à BBC Mundo, em 2010, o pesquisador espanhol Luis Adrián Betancourt, autor de um livro sobre o assunto.
Além disso, Fidel era conhecido por sua incrível memória.
"Sempre houve um lado esotérico em Fidel, alimentado naturalmente pelas religiões afrocubanas", esreveu a autora Georgie, Anne Geyer, no livro, Guerrilla Prince: The UntoldStoryof Fidel Castro (O Príncipe da Guerrilha: A História Não Contada de Fidel Castro, em tradução livre).
Um episódio, ocorrido em janeiro de 1959, quando Fidel se dirigiu ao povo cubano após vencer a revolução, é citado com frequência.
Em uma das partes mais apaixonadas de seu discurso, uma pomba branca pousa em seu ombro. O incidente foi interpretado como um sinal de que ele era "o escolhido".
10. Lado artístico:
Antes de chegar ao poder, Fidel Castro teria participado de pelo menos duas produções de Hollywood como figurante (durante seus anos de estudante): o musical Holiday in Mexico (1946), e a comédia EasytoWed (1946).
O número de filmes, documentários e séries de que participou totalizam 48.
Mas, de acordo a escritora americana Alice Walker, Fidel Castro não sabia dançar nem cantar.
Já o artista cubano Compay, segundo discordava. Segundo ele, o líder cubano gostava muito de cantar.
Fonte: Notícias UOL (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2016/11/27/os-dez-segredos-da-vida-privada-de-fidel-castro.htm)

Enviado por: Igor Vinícius – 3º do Ensino Médio.

Morte de Fidel - O guerrilheiro que entrou para a história.

Fidel e seus companheiros comemoram o êxito da Revolução Cubana, em 1959, em Havana.

São Paulo – Um dos principais personagens do século 20, amado e odiado ao mesmo tempo, se foi. Mas fica o mito pela história controversa que construiu na política mundial ao longo de quase 60 anos. Fidel Alejando Castro Ruiz nasceu em 13 de agosto de 1926, na fazenda de cana-de-açúcar de seu pai, perto de Birán, no litoral da província cubana de Oriente. O pai, Angel Castro, nascido na Galícia (Espanha), foi para Cuba com o Exército espanhol, durante a guerra entre Espanha e EUA (1898). Com o fim da guerra, Angel, como vários espanhóis, preferiu tentar a sorte em Cuba, e seu primeiro emprego foi como trabalhador braçal para a United Fruit, empresa americana. Angel era um trabalhador resistente e econômico. Em 1926, comprou mais de 9.300 hectares de terra, sua primeira fazenda de cana-de-açúcar. Em seu primeiro casamento, com uma professora cubana, teve dois filhos. Ele mantinha um romance com uma cozinheira cubana que trabalhava para a família, Lina Ruiz González. Após a morte da primeira mulher, Angel se casou com Lina, que já lhe havia dado três filhos: Angela, Ramón e Fidel. O casal teve mais três filhas e um filho, Raúl.
Em 1953, aos 27 anos, Fidel e 79 companheiros planejaram a derrubada do ditador Fulgêncio Batista. Eles atacaram, em 26 de julho, o Quartel Moncada, o maior de Santiago de Cuba, em Oriente. O ataque fracassou. Apenas três rebeldes morreram no assalto, mas 80 foram capturados. A maioria dos prisioneiros foi torturada e executada. Fidel foi sentenciado a 15 anos de prisão, mas acabou libertado em uma anistia dois anos depois, quando partiu para o exílio no México.
Com o apoio de vários companheiros, entre eles o médico argentino Ernesto Che Guevara, Fidel planejou a volta a Cuba. Em 2 de dezembro, a bordo do velho iate Granma, eles desembarcaram em uma praia. “Podemos afirmar que nossa revolução começou em condições inacreditáveis,” disse Fidel, em discurso de 1966.
Sierra maestra Delatados, Fidel e os guerrilheiros sobreviventes fugiram para a Sierra Maestra, onde começaram uma guerra de guerrilhas contra Batista. Em 2 de janeiro de 1959, Guevara e Camilo Cienfuegos ocuparam Havana. Batista fugiu e o poder em Cuba foi posto repentinamente nas mãos de jovens revolucionários. Ele derrotou conspirações apoiadas pelos EUA e enviou mais de 300 mil soldados para lutar em Angola, Etiópia, Congo, Argélia e Síria.
Ao mudar o xadrez da política mundial com a Revolução Cubana, nas barbas da maior potência global, os EUA, Fidel tornou mais a tensa a Guerra Fria com a União Soviética pós-Stálin. Naqueles dias eufóricos na ilha caribenha, centenas de milhares de cubanos saíram às ruas e campos do país gritando liberdade, enquanto um novo governo formado por guerrilheiros barbudos, que haviam lutado durante três anos nas serras contra Batista, tomava o poder no país. Nos meses seguintes, cresceu a confrontação entre o líder da revolução, Fidel Castro, e o governo americano. Os EUA deixaram de comprar quase todo o açúcar produzido pela ilha, praticamente seu único produto de exportação, as refinarias americanas na ilha paravam, ao não receber o petróleo das matrizes nos EUA para a produção; e o país entrou em uma crise profunda.
Fim da máfia. Mas os cubanos viram algo novo: a abertura de escolas feitas por voluntários para combater o analfabetismo, que afligia pelo menos metade da população; o fechamento dos cassinos e bordéis controlados pela máfia ítalo-americana da Costa Leste dos EUA e por partidários de Batista em Havana e em Santiago; a reforma agrária, com a repartição dos enormes latifúndios de cana-de-açúcar e a entrega de títulos de posse a milhares de camponeses miseráveis. Além disso, centenas de ex-militares e policiais do regime de Batista, acusados de torturas e assassinatos, foram levados a julgamentos públicos e punidos.
Era o clima da Guerra Fria. Tudo isso enfureceu os EUA, que armaram a invasão de Playa Giron (ou da Baía dos Porcos, como ficou conhecida no mundo): 1.500 exilados cubanos, armados pela CIA, que partiram da Nicarágua para derrubar o regime liderado por Fidel. Os cubanos, no entanto, apoiaram o Comandante em massa. “Fidel Castro não é um comunista, mas a pressão dos EUA deverá transformá-lo em um comunista em dois ou três anos,” disse o líder soviético Nikita Kruchev em 1960.
Após serem cercados na praia por milícias populares e forças leais do Exército cubano, os invasores se renderam, depois de deixar mais de 100 mortos no combate. Muitos historiadores concordam: a vitória de Playa Giron e a duração do regime comandado por Fidel só foram possíveis pela enorme popularidade do líder e por grandes avanços sociais que ocorreram em Cuba, pelo menos nas décadas de 1960 e 1970.
O escritor cubano Guillermo Cabrera Infante (1929-2005), um dos maiores críticos da ditadura de Fidel, viveu no exílio em Londres a partir de 1965. Cabrera Infante destilou grande parte das críticas à ditadura de Fidel em seu livro Mea Cuba, de 1992, no qual contou como o Partido Comunista cubano conseguiu transformar uma revolução popular em uma ditadura que estrangulou os dissidentes do regime.
Fidel e Belo Horizonte.

Fidel Castro esteve em Belo Horizonte em 1999 para participar do 46º Congresso Nacional da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Mineirinho, onde fez um discurso de uma 1 hora e 47 minutos para cerca de 2,5 mil pessoas. A visita contou com um forte aparato de segurança. Na época, Castro se encontrou com o então governador de Minas Gerais Itamar Franco, no Palácio da Liberdade. Da sacada, ele acenou para o público. No Brasil, a primeira visita do dirigente cubano foi em 1959, em agradecimento ao presidente Juscelino Kubitschek, que reconheceu o novo governo cubano. Na época, Fidel tinha assumido o cargo de premiê. Em 1990, ele voltou ao país para a posse de Fernando Collor de Mello. Dois anos depois, participou da Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro. Em 1995, voltou a prestigiar a posse de outro presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, e esteve novamente no país em 1998, quando se encontrou de novo com o presidente tucano.
Isolamento – após o fim da URSS
São Paulo - Apesar dos avanços sociais observados pela população, a partir de 1991, com o fim da União Soviética e da ajuda financeira de Moscou a Havana, o regime cubano tornou-se isolado de quase todo o mundo. O país enfrentou sérias crises econômicas, principalmente por causa do boicote americano, e o regime precisou usar a força para calar opositores e dissidentes - um traço que se mostrou já no final de 1959, quando Fidel, seu irmão Raúl e Che Guevara julgaram o comandante guerrilheiro Huber Matos - um companheiro e dissidente que não aceitou a implantação do comunismo na ilha. Matos passou 20 anos preso na Isla de Pinos e depois partiu para o exílio em Miami.
Em fevereiro de 2006, doente, Fidel passou a presidência de Cuba ao seu irmão Raúl Castro. Em 2011, renunciou ao secretariado-geral do Partido Comunista de Cuba. Depois disso ele apareceu poucas vezes publicamente e se manteve afastado mesmo depois de o governo norte-americano de Barack Obama anunciar, em dezembro de 2014, que os dois governos decidiram restabelecer as relações diplomáticas rompidas desde 1961 e adotar uma série de mudanças que ampliarão o comércio e o fluxo de pessoas entre os dois países.
Questionado pelo jornalista italiano Gianni Miná, em entrevista de 1986, se estava satisfeito com seu papel histórico, Fidel respondeu: “Sim, estou plenamente satisfeito com a obra pela qual dediquei minha vida, sem deixar de ter um espírito crítico, sem deixar de ter uma insatisfação no sentido de que devo analisar o que fizemos e de que o que fizemos poderia ter sido feito melhor.”
Fonte: Jornal Estado de Minas, 27/11/16.

Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.

Morte de Fidel - Repercussão pelo mundo.

Apesar de ter saído dos holofotes, Fidel se encontrou com o papa Francisco em setembro do ano passado. Em sinal de estima, o pontífice assinou telegrama de pêsames.

Em uma de suas últimas aparições, com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: Até a vitória, sempre!

Líderes mundiais prestaram as mais diversas homenagens ao líder cubano. Mas o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou para alfinetar. Em nota oficial, ele destacou: “Hoje (ontem) o mundo é testemunha do falecimento de um ditador brutal que oprimiu seu próprio povo por quase seis décadas”. No mesmo comunicado, ele sugeriu que poderá reverter a recente aproximação entre Washington e Havana. “Embora as tragédias, as mortes e a dor provocadas por Fidel Castro não possam ser apagadas, nossa administração fará todo o possível para assegurar que os cubanos possam finalmente começar seu caminho rumo à prosperidade e à liberdade que tanto merece”, declarou Trump. Fiel à retórica usada em sua campanha eleitoral, Trump destacou que “o legado de Fidel Castro é o dos pelotões de fuzilamento, roubo, sofrimento inimaginável, pobreza e a negação aos direitos humanos fundamentais”.
Pouco antes, o presidente Barack Obama havia manifestado suas condolências aos cubanos pela morte de Fidel Castro e aproveitou a oportunidade para lhes estender “uma mão de amizade”. “Durante minha presidência, trabalhamos duro para pôr o passado para trás”, disse o presidente. “A história registrará e julgará o enorme impacto de sua personalidade singular no povo e no mundo em volta dele”, destacou.
Já o vice-presidente eleito, Mike Pence, usou a rede social Twitter para declarar que “o tirano Castro morreu. Nasce uma nova esperança”. “Estaremos firmes junto com o oprimido povo cubano por uma Cuba livre e democrática”, insistiu. Em nota oficial, a vice-presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, Sharon Day, declarou que, “embora ainda haja muito trabalho a fazer (...) oramos para que este momento seja o início de um novo dia para a Ilha”. O senador ultraconservador Marco Rubio (filho de imigrantes cubanos) manifestou, em um comunicado que o falecimento de Fidel “não significa o início da liberdade para os cubanos, ou da justiça para ativistas”. “O ditador morreu, mas a ditadura, não”, advertiu.
No Brasil, também foram muitas as manifestações. O presidente Michel Temer afirmou que “Fidel Castro foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século 20 com a defesa firme das ideias em que acreditava”. Por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “seu espírito combativo e solidário animou sonhos de liberdade, soberania e igualdade. Nos piores momentos, quando ditaduras dominavam as principais nações de nossa região, a bravura de Fidel Castro e o exemplo da revolução cubana inspiravam os que resistiam à tirania”. “Sinto sua morte como a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei”, reforçou. E a ex-presidente Dilma Rousseff também se expressou: “A morte do comandante Fidel Castro, líder da revolução cubana e uma das mais influentes expressões políticas do século 20, é motivo de luto e dor. Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa (...) Hasta siempre, Fidel!”
AMÉRICAS O presidente Venezuelano Nicolás Maduro lembrou a saída de Fidel do México na embarcação Granma com seu irmão Raúl e vários outros apoiadores a caminho do que seria o início da Revolução Cubana. “Sessenta anos depois do Granma deixar o México, Fidel navega em direção à imortalidade de todos aqueles que lutam ao longo de toda a vida”, disse Maduro pelo Twitter. “Até a vitória, sempre!”, escreveu. O presidente boliviano Evo Morales disse, também no Twitter, que Fidel Castro foi “o líder que nos ensinou a lutar pela soberania do Estado e a dignidade das pessoas no mundo”. O presidente mexicano Enrique Peña Nieto tuitou que “Fidel Castro foi um amigo do México, promovendo relações bilaterais baseadas em respeito, diálogo e em solidariedade”.
O líder cubano Fidel Castro “fez contribuições históricas imortais para o desenvolvimento do socialismo pelo mundo”, na avaliação do presidente da China, Xi Jinping. Em nota sobre a morte do dirigente, ele considerou que o povo chinês perdeu “um camarada próximo e um amigo sincero”. No maior país comunista do mundo, a morte de Fidel Castro é um lembrete de como os rumos mudaram desde que o revolucionário barbado em Cuba passou a ocupar papel relevante na política mundial ao lado de líderes como Mao Zedong. Embora a morte de Fidel Castro aos 90 anos não seja vista como uma mudança para as relações entre Cuba e China, a notícia foi recebida com um senso de pesar e nostalgia na China.
No Vietnã, que como Cuba permanece um país comunista com um único partido, mas cujos líderes há tempos abraçaram o capitalismo, a agência de notícias estatal descreveu Fidel Castro como um amigo. “O povo vietnamita vai sempre manter a amizade e solidariedade entre as duas nações”, afirmou.
O papa Francisco também se manifestou. Ele enviou um telegrama ao presidente de Cuba, Raúl Castro, lamentando a morte de seu irmão mais velho e líder cubano, Fidel Castro. “Meu sentimento de tristeza para sua excelência e sua família”, escreveu. Em um sinal de estima pessoal, Francisco assinou o telegrama, quebrando o protocolo do Vaticano de que o Secretário de Estado é quem tradicionalmente envia este tipo de mensagem. Francisco e Castro se encontraram durante uma visita papal a Cuba em setembro de 2015.
Fonte: Jornal Estado de Minas, 27/11/16.

Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.