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domingo, 27 de novembro de 2016

Morte de Fidel - Alegria toma a Flórida.

Nas ruas de Miami, cubanos exilados e seus descendentes comemoram a morte de Fidel.
Ángel de Fana, de 77 anos, terminava um trabalho no computador quando, pouco antes da zero hora de ontem (3h em Brasília), Raúl Castro anunciou o falecimento de Fidel. “Foi um momento de alegria. Apesar de eu ser católico, me senti bem pela morte de um assassino que arruinou o nosso país, causou tanto sofrimento ao povo cubano e matou centenas de milhares de pessoas”, afirmou à reportagem, por telefone, de Miami, onde vive como exilado desde 1984. Em Little Havana, a Oeste do Centro da cidade da Flórida, uma multidão logo tomou as ruas para celebrar a notícia da morte. “Viva Cuba livre! Morreu Fidel!”, gritavam os exilados, em meio a danças, buzinaços e foguetórios. “É tremendamente significativo o fato de que os cubanos em Miami saíram para comemorar. Eu fiquei em casa, acompanhando pela TV. A imensa maioria era formada por jovens. Eram pessoas cujos avós morreram sem comemorar a morte de Fidel. Foi algo emocionante”, comentou Ángel.
Presidente da Plantados hasta la Libertad y la Democracia, organização formada por ex-prisioneiros políticos, ele conta que, quando vivia em Cuba, trabalhava em condições humildes e costumava devorar livros. “Eu me dei conta de que a revolução, símbolo de esperança para muitos, tinha sido traída por Fidel, que nos levava a um regime totalitário.” Ángel decidiu conspirar com os amigos; mas o sonho em mudar o governo custou caro. “Fui detido quando estava no trabalho e condenado a 20 anos. Fiquei na prisão sete meses além da minha sentença. A libertação, em 1983, ocorreu sob a condição de que eu abandonasse o meu país”, lembra. Forçado a fugir para a Venezuela, mudou-se para Miami no ano seguinte.
O jornalista e cineasta Pedro Corzo, de 77, também amargou a repressão castrista: preso entre 1964 e 1972, foi submetido a trabalhos forçados por 14 horas diárias. “Fidel era símbolo do projeto totalitário estabelecido em Cuba, 57 anos atrás. Em torno de sua personalidade, montou-se uma estrutura de poder, por meio da qual foram cometidos crimes, abusos e violações dos direitos humanos”, admite à reportagem o cubano que trocou Havana por Miami em 1992. Ele acredita que, apesar da renúncia em 2006, Fidel manteve intacta a influência sobre a estrutura de poder.
Apesar da morte do comandante, Corzo não vislumbra grandes transformações na ilha. “Raúl queria reformas, e Fidel, ainda que não tivesse autoridade direta, impedia o irmão de levá-las adiante. Creio que Raúl jamais fará mudanças estruturais que coloquem em risco o poder e a família Castro”, disse. Segundo o jornalista, prováveis contradições internas do Partido Comunista Cubano podem causar fissuras e vazios que permitam o crescimento da liberdade.
Fundador do Presídio Político Histórico Cubano, um grupo de Miami composto por presos políticos, José Luis Fernández, de 76, aposta que o “legado de terror” de Fidel estará gravado na história. Ele duvida de modificações na estrutura do regime castrista. “A máquina repressiva estava preparada para este evento. Como cidadão que ama a liberdade, sinto satisfação pelo desaparecimento de um ditador da magnitude de Fidel. Mas isso não altera o curso dos acontecimentos”, garante o ativista, que também permaneceu atrás das grades, na ilha, dos 19 aos 25 anos. Para o escritor José António Albertini, de 72, “a morte de Fidel é positiva para a causa da liberdade de Cuba”
Vozes do exílio:
“Ante a transcendência da figura de Fidel e o doloroso legado que ele deixa para a nação cubana, precisamos ficar atentos ao modo como ocorrerão essas contradições” (Pedro Corzo, - 73 anos, jornalista.)
“Eu estou muito contente. A morte de Fidel pode significar o começo de uma nova etapa, capaz de trazer liberdade e democracia ao nosso povo, por meios pacíficos e cívicos. Pode ser o final dessa tragédia” (Ángel de Fana, 7 anos, ativista.)
“O legado dessa ditadura é infinito; ele inclui a separação de famílias, a perseguição, a intervenção na vida do povo até nas coisas mínimas. Sinto tranquilidade em dizer que um ser detestável abandonou esse mundo” (José Luis Fernández, 6 anos, presidente do Presídio Político Histórico Cubano.)
Fonte: Jornal Estado de Minas, 27/11/16.

Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.

6 comentários:

  1. Os moradores da Flórida estão certo um comemora a morte de um um assassino que arruinou Cuba, trouxe tanto sofrimento ao povo e matou milhares de pessoas.

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  2. Não deviamos comemorar a morte como se fosse algo benefico , mas diante da cituaçao em que fidel se inseriu para tomar a posse em Cuba foi da satisfaçao de muitos sua despedida desse mundo.

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  3. Eu queria saber porque as pessoas que idolatram esse assassino, criminoso, um autêntico "imperador romano da era contemporânea" não levam em consideração os relatos (que não são só opinião, são relatos reais) dos cubanos que tanto choraram, sofreram e ficaram com marcas para o resto de suas vidas por culpe desse verme imundo chamado fidel...
    Me dá asco, nauseas, e espasmos abdominais só de ouvir ou ler as palavras "lider" "comandante", "controverso" "amado por uns odiado por outros" "revolucionário" "pai dos pobres" enquanto que os verdadeiros atributos seriam: ASSASSINO, PSICOPATA, TRAIDOR DE SUA PÁTRIA, EGOÍSTA, VAGABUNDO ou coisas do gênero...

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  4. Mesmo sendo odiado na Flórida, não se pode generalizar a reação do mundo com a morte de Fidel, sua influência marcou um país, que mesmo sendo uma pequena ilha, em conjunto com a URSS, foram os únicos a enfrentar a hegemonia dos Estados Unidos.

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  5. Pode-se considerar a morte de Castro, como o impulso final para o fim da repressão e o inicio de plena liberdade cubana.

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  6. A maioria daqueles que não concordavam com o regime de Fidel, fugiram para Florida, por isso o motivo de tantas comemorações. Apesar de ele ter limitado a liberdade de expressão em seu país, trouxe um desenvolvimento humano notório ao país.

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Comentários