Apesar de ter saído dos holofotes, Fidel se encontrou com o papa Francisco em setembro do ano passado. Em sinal de estima, o pontífice assinou telegrama de pêsames.
Em uma de suas últimas aparições, com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro: Até a vitória, sempre!
Líderes mundiais prestaram
as mais diversas homenagens ao líder cubano. Mas o presidente eleito dos
Estados Unidos, Donald Trump, aproveitou para alfinetar. Em nota oficial, ele
destacou: “Hoje (ontem) o mundo é testemunha do falecimento de um ditador brutal
que oprimiu seu próprio povo por quase seis décadas”. No mesmo comunicado, ele
sugeriu que poderá reverter a recente aproximação entre Washington e Havana.
“Embora as tragédias, as mortes e a dor provocadas por Fidel Castro não possam
ser apagadas, nossa administração fará todo o possível para assegurar que os
cubanos possam finalmente começar seu caminho rumo à prosperidade e à liberdade
que tanto merece”, declarou Trump. Fiel à retórica usada em sua campanha
eleitoral, Trump destacou que “o legado de Fidel Castro é o dos pelotões de
fuzilamento, roubo, sofrimento inimaginável, pobreza e a negação aos direitos
humanos fundamentais”.
Pouco antes, o presidente
Barack Obama havia manifestado suas condolências aos cubanos pela morte de
Fidel Castro e aproveitou a oportunidade para lhes estender “uma mão de
amizade”. “Durante minha presidência, trabalhamos duro para pôr o passado para
trás”, disse o presidente. “A história registrará e julgará o enorme impacto de
sua personalidade singular no povo e no mundo em volta dele”, destacou.
Já o vice-presidente eleito,
Mike Pence, usou a rede social Twitter para declarar que “o tirano Castro
morreu. Nasce uma nova esperança”. “Estaremos firmes junto com o oprimido povo
cubano por uma Cuba livre e democrática”, insistiu. Em nota oficial, a
vice-presidente do Comitê Nacional do Partido Republicano, Sharon Day, declarou
que, “embora ainda haja muito trabalho a fazer (...) oramos para que este
momento seja o início de um novo dia para a Ilha”. O senador ultraconservador Marco
Rubio (filho de imigrantes cubanos) manifestou, em um comunicado que o
falecimento de Fidel “não significa o início da liberdade para os cubanos, ou
da justiça para ativistas”. “O ditador morreu, mas a ditadura, não”, advertiu.
No Brasil, também foram
muitas as manifestações. O presidente Michel Temer afirmou que “Fidel Castro
foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século 20 com a defesa
firme das ideias em que acreditava”. Por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou que “seu espírito combativo e solidário animou sonhos de
liberdade, soberania e igualdade. Nos piores momentos, quando ditaduras
dominavam as principais nações de nossa região, a bravura de Fidel Castro e o
exemplo da revolução cubana inspiravam os que resistiam à tirania”. “Sinto sua
morte como a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do
qual jamais me esquecerei”, reforçou. E a ex-presidente Dilma Rousseff também
se expressou: “A morte do comandante Fidel Castro, líder da revolução cubana e
uma das mais influentes expressões políticas do século 20, é motivo de luto e
dor. Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário
que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa (...) Hasta
siempre, Fidel!”
AMÉRICAS O presidente
Venezuelano Nicolás Maduro lembrou a saída de Fidel do México na embarcação
Granma com seu irmão Raúl e vários outros apoiadores a caminho do que seria o
início da Revolução Cubana. “Sessenta anos depois do Granma deixar o México,
Fidel navega em direção à imortalidade de todos aqueles que lutam ao longo de
toda a vida”, disse Maduro pelo Twitter. “Até a vitória, sempre!”, escreveu. O
presidente boliviano Evo Morales disse, também no Twitter, que Fidel Castro foi
“o líder que nos ensinou a lutar pela soberania do Estado e a dignidade das
pessoas no mundo”. O presidente mexicano Enrique Peña Nieto tuitou que “Fidel
Castro foi um amigo do México, promovendo relações bilaterais baseadas em
respeito, diálogo e em solidariedade”.
O líder cubano Fidel Castro
“fez contribuições históricas imortais para o desenvolvimento do socialismo
pelo mundo”, na avaliação do presidente da China, Xi Jinping. Em nota sobre a
morte do dirigente, ele considerou que o povo chinês perdeu “um camarada próximo
e um amigo sincero”. No maior país comunista do mundo, a morte de Fidel Castro
é um lembrete de como os rumos mudaram desde que o revolucionário barbado em
Cuba passou a ocupar papel relevante na política mundial ao lado de líderes
como Mao Zedong. Embora a morte de Fidel Castro aos 90 anos não seja vista como
uma mudança para as relações entre Cuba e China, a notícia foi recebida com um
senso de pesar e nostalgia na China.
No Vietnã, que como Cuba
permanece um país comunista com um único partido, mas cujos líderes há tempos
abraçaram o capitalismo, a agência de notícias estatal descreveu Fidel Castro
como um amigo. “O povo vietnamita vai sempre manter a amizade e solidariedade
entre as duas nações”, afirmou.
O papa Francisco também se
manifestou. Ele enviou um telegrama ao presidente de Cuba, Raúl Castro,
lamentando a morte de seu irmão mais velho e líder cubano, Fidel Castro. “Meu
sentimento de tristeza para sua excelência e sua família”, escreveu. Em um
sinal de estima pessoal, Francisco assinou o telegrama, quebrando o protocolo
do Vaticano de que o Secretário de Estado é quem tradicionalmente envia este
tipo de mensagem. Francisco e Castro se encontraram durante uma visita papal a
Cuba em setembro de 2015.
Fonte: Jornal Estado de Minas, 27/11/16.
Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.
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