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domingo, 30 de outubro de 2016

Juventude exemplar.

Representante dos estudantes que ocupam mais de mil escolas no país, Ana Júlia Ribeiro prova que ao menos uma porção importante da sociedade reage ao estado de exceção.


Ana Júlia discursa na Assembleia Legislativa do Paraná e prova que os estudantes sabem o que fazem.

Uma jovem pouco mais que adolescente, Ana Júlia Ribeiro representa admiravelmente os estudantes que hoje ocupam mais de mil escolas em todo o País. Movimento praticamente ignorado pela mídia porque mostra que uma porção importantíssima da sociedade reage ao Estado de exceção imposto por um governo a serviço da casa-grande. Aqui há desassombro, articulação, apego à razão, espírito crítico. Indignação, também, inconformismo. Sinais preciosos de uma rebelião salutar, a justificar, em meio ao descalabro da situação, uma esperança no futuro, próximo até.
No último dia 26 de outubro, a secundarista Ana Júlia, de 16 anos, subiu ao Plenário da Assembleia Legislativa do Paraná para falar aos deputados sobre as ocupações nas escolas do Estado. “De quem é a escola? A quem a escola pertence?”, questionou os parlamentares com a voz ainda embargada ao citar o inciso 6º, do artigo 16, da Lei nº 8.069. “Acredito que todos aqui já saibam a resposta. E é com a confiança de que vocês conhecem essa resposta que eu falo sobre a legitimidade desse movimento”, emendou. A legislação de 1990, mencionada pela estudante, garante à criança e ao adolescente o direito de participar da vida política.
A partir dessa pergunta, diante de dezenas de políticos paranaenses, alguns incomodados, Ana explicou de forma dura e sensível, alternadamente, todas as razões do movimento que ocupava, até o fechamento desta edição, mais de mil escolas em todo o País, sendo quase 850 apenas no Paraná. Estudante secundarista do Colégio Estadual Senador Manoel Alencar Guimarães (Cesmag), de Curitiba, ela falou sobre como a educação era a única bandeira de um movimento apartidário.
“Eu convido vocês a participar das nossas ocupações, a nos visitar, a nos conhecer de perto”, disse aos deputados. “É um insulto a nós que estamos lá, nos dedicando, procurando motivação todos os dias, sermos chamados de doutrinados. (…) Não estamos lá pra fazer baderna, não estamos de brincadeira, a gente está lá porque acredita no futuro do nosso País. (…) O movimento estudantil nos trouxe mais conhecimento de política e cidadania do que todo o tempo que estivemos sentados e enfileirados em aulas-padrão”.
A fala de Ana Júlia invadiu as redes sociais e se tornou simbólica do movimento em defesa da educação e ignorado pela mídia.
Poucas horas após a participação na Assembleia, o vídeo com o depoimento de Ana começou a se alastrar nas redes sociais. No dia seguinte, havia mais de 1 milhão de visualizações em apenas uma das postagens no Facebook. Isso porque o discurso e a emoção da adolescente se tornaram o símbolo de um movimento em defesa da educação que resiste a ataques e tentativas de desarticulação.
Como a estudante explica aos deputados, o movimento de ocupação de escolas públicas começou no início de outubro, no Paraná, por conta da MP 746, publicada pelo governo Michel Temer em setembro, que impôs uma reforma no ensino médio sem que os pontos fossem debatidos com a sociedade brasileira. Entre as novidades, a Medida Provisória traz a implementação do turno educação integral a partir de 2017. De acordo com o texto, publicado em 22 de setembro, a carga horária mínima para os estudantes do ensino médio passa a ser de 1,4 mil horas, em vez das atuais 800 horas/ano.
O ponto mais polêmico, no entanto, diz respeito à flexibilização da grade curricular. Com isso, metade da carga horária do ensino médio teria como disciplinas um conteúdo considerado obrigatório, definido pela Base Nacional Comum Curricular, ainda em processo de discussão, e o restante definido pelos interesses do próprio aluno. Isso quer dizer que, a partir do meio do segundo ano, os secundaristas devem escolher entre cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica profissional.
Por conta disso, o texto da MP coloca artes e educação física, por exemplo, como obrigatórias apenas nos ensinos infantil e fundamental, o que indica que essas disciplinas poderiam deixar de ser mais aplicadas no nível médio. O governo Temer chegou a divulgar ainda que sociologia e filosofia deixariam de fazer parte do grupo de disciplinas, mas voltou atrás pouco antes da publicação do texto por causa da polêmica. Agora, oficialmente, o governo federal diz que essas matérias para serem incluídas estão sujeitas ao resultado de consulta popular da Base Nacional Comum.


Foram algumas das mudanças que geraram reação imediata dos secundaristas. As primeiras ocupações, embriões ao movimento, aconteceram justamente em escolas localizadas em regiões periféricas. A primeira delas foi no Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, em um bairro de São José dos Pinhais, cidade localizada a 13 quilômetros da capital paranaense.
“A gente se reuniu no shopping com uma galera de vários colégios para falar da MP. A partir disso, marcamos uma reunião na praça, aqui de São José dos Pinhais, e criei um evento no Facebook. Foram 400 pessoas. Vieram secundaristas até de Curitiba”, explica Mariana da Silva Gomiela, de 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio no Jansen.
ara saber como entrar nas escolas e permanecer em forma de protesto, a estudante conta que leu um manual, que reúne dicas de estudantes chilenos e argentinos sobre o assunto. O documento foi produzido a partir da experiência do movimento secundarista no Chile em 2011. “A gente saiu pelas ruas em protesto, mas a gente sabe que passeata não dá mais em nada no Brasil. Então deliberamos sobre ocupar os colégios”, complementa.
Atendente de telemarketing antes do início das ocupações, e, por conta do movimento, ela acabou perdendo o emprego, Mariana vê a questão do ensino em tempo integral como o principal obstáculo para os estudantes mais pobres. “A reforma do ensino médio prevê aula em tempo integral. Isso é irreal, porque muitos dos alunos de escola pública, principalmente, trabalham por necessidade, para ajudar a família a ter o que comer”, afirma. “E mesmo assim muitos deles já deixam a escola. Se for aula integral, ele vai optar por trabalhar em vez de estudar”, conta.


Alckmin cuida de pôr a força na rua.

A partir da primeira ocupação, no dia 4 de outubro, os secundaristas de outros colégios começaram a levar o debate para suas escolas e outras unidades foram ocupadas em São José dos Pinhais. Em dois dias, o movimento chegou a Curitiba, alcançou mais de 20 escolas e se alastrou pelo Paraná. Nesse meio-tempo, os estudantes ganharam mais uma razão para o levante: a aprovação da PEC 241. No dia 11 de outubro, a proposta que congela os gastos primários pelos próximos 20 anos, como saúde e educação, passou em primeiro turno na Câmara dos Deputados, com 366 votos. Com isso, surgiram os primeiros cartazes e faixas contra a proposta nas grades e portões das escolas ocupadas.
A onda chegou a Minas Gerais, estado que possui a segunda maior quantidade de escolas ocupadas. Os secundaristas mineiros ocuparam mais de 60 escolas, sendo a maioria na região de Uberlândia. Na sequência, foram registrados movimentos semelhantes em estados como Rio Grande do Sul, Goiás e Espírito Santo. No total, 19 estados e o Distrito Federal já tiveram escolas ocupadas desde o começo do mês. Em São Paulo, a maioria das intervenções está sendo feita em institutos federais. Nas duas tentativas de ocupação de escolas estaduais, rapidamente, a Polícia Militar, a mando do governador Geraldo Alckmin, reprimiu o movimento. O estado foi palco de grande mobilização dos secundaristas no ano passado, quando os estudantes conseguiram evitar que o governo tucano fechasse algumas escolas, na chamada “reorganização escolar”. Esse movimento foi uma das inspirações para as primeiras ocupações no Paraná.
Assim como o estado sulista, parte considerável dos secundaristas paulistas vinha de regiões periféricas ou de famílias de baixa renda. Na época, uma pesquisa feita por professores da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Paulo, junto a uma passeata dos estudantes do ensino médio, mostrou que 46% deles tinham renda familiar de no máximo até três salários mínimos e 33,6% eram negros ou pardos.
“Há a educação formal, com aulas de química, física, matemática, que não dialoga mais com o jovem, e este não suporta mais ficar somente sentado escutando, e há uma educação informal, que o jovem tem pela internet, grupos, rede social, fora da escola. Por isso, mesmo com a escola sucateada, o jovem está se politizando”, opina a professora Esther Solano (Unifesp), que estuda as manifestações. E acrescenta: “Talvez ele não tenha uma boa aula de química, mas vai para as manifestações, conversa em grupos, tem toda uma rede informal de educação que não passa mais pela escola”.


O presidente Traiano, enquanto Ana Júlia fala, ri, mas não tem um único, escasso pingo de senso de humor.

Como mais de 80% das escolas ocupadas estão no Paraná e a mídia ignorou o movimento nacionalmente, o debate se tornou mais intenso na capital paranaense e em cidades do interior do estado. Logo virou assunto também das eleições em Curitiba, onde Ney Leprevost (PSD) e Rafael Greca (PMN) disputam a prefeitura em segundo turno. Greca conta com o apoio do governador Beto Richa.
Quando o movimento ainda era tímido, Richa disse que os estudantes estavam sendo usados por políticos do PT e da Central Única dos Trabalhadores e entrou com diversos pedidos de reintegração de posse por meio da Procuradoria-Geral do Estado. Debochou. “Uma perfeita doutrinação”, sentenciou. Não imaginava que a afirmação seria respondida por Ana Júlia Ribeiro, na própria Assembleia Legislativa, quase um mês depois.
Assim que o movimento se espalhou pelas cidades do Paraná, o governador mudou o discurso. Pela imprensa, garantiu aos estudantes que não aplicaria a reforma do ensino médio no estado antes de um amplo debate. Mas o governo federal entrou em cena. O ministro da Educação, Mendonça Filho, chegou a dizer que cancelaria o Enem nas escolas ocupadas, caso os protestos continuassem.
Uma semana após essa afirmação, um estudante foi morto dentro de uma das escolas ocupadas. Lucas Eduardo Araújo Mota, de 16 anos, morreu após ser esfaqueado na região do tórax e pescoço por um amigo de infância, de 17 anos. Ambos participavam da ocupação no Colégio Estadual Santa Felicidade, em Curitiba. Estudantes ouvidos pela Polícia Militar afirmam que os dois chegaram à escola com comportamento estranho e um deles, quando questionado, teria assumido que os dois usaram uma droga psicodélica mais cedo.
Os estudantes reclamam também dos líderes de movimentos de esquerda, ligados a partidos, que chegam para se promover.
A tragédia despertou a ira dos que classificam as ocupações como “badernas” e acusam os estudantes de depredar os locais de ensino, usar drogas e praticar sexo. A morte de Lucas carece de uma investigação apurada, embora diversas autoridades a digam anunciada. Ana Júlia também respondeu aos que fazem uso político do episódio. “Ontem eu estava no velório do Lucas e não me recordo que algum desses rostos aqui presentes estivesse lá. Empolgada, prosseguiu: “As mãos de vocês estão sujas com o sangue do Lucas”. Reagiu o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB, aliado de Beto Richa), que ameaçou suspender a sessão. Tão representativo de uma categoria tosca que ignora a bonomia, para não dizer senso de humor. Tivesse tais qualidades, tão insólitas no panorama, diria: “Não me sinto com as mãos ensanguentadas, mas prossiga”.
Além de alvos do governo do Estado e de uma parcela de professores ou diretores de colégios, os estudantes secundaristas parecem estar no meio da polarização que tomou conta de organizações de esquerda e direita. No Paraná, os secundaristas relatam que rojões ou pedras são usados contra as escolas durante a noite. Alguns atribuem os ataques aos movimentos de direita que intensificaram suas ações no estado após o crescimento das ocupações.
Os estudantes reclamam ainda dos líderes de movimentos estudantis de esquerda, ligados a partidos políticos tradicionais, que costumam entrar nas ocupações para colocar bandeiras ou passar palavras de ordem. Esse tipo de imposição gerou rejeição às principais uniões estudantis. Muitos colégios não têm sequer a bandeira da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). “Chegou um líder da União Paraense dos Estudantes Secundaristas (Upes) aqui, tirou uma foto dele na ocupação e cinco minutos depois foi embora porque tinha de viajar. Nem ajudar a carregar as coisas ele ajudou”, diz uma secundarista que prefere não se identificar.



O ministro Mendonça Filho chegou a ameaçar com a cancelamento do Enem nas escolas ocupadas. O governador Richa de início falou em "perfeita doutrinação", depois prometeu não aplicar a reforma e, enfim, curvou-se ao governo federal.

Nas visitas em que fez aos colégios ocupados, CartaCapital encontrou um cenário bem distinto do descrito em grupos do Facebook que são críticos às ocupações. Muitos colégios colocam, como condição para a entrada, uma revista dos pertences pessoais de alunos, pais e professores. Mais do que isso, os estudantes adotaram escalas e divisão de tarefas. Todos reproduzem um sistema parecido. Os ocupantes dividem-se em comissões, de comunicação, segurança e cozinha, entre outras. Cada qual fica responsável por atividades de uma área. Além disso, em todos as ocupações, há cartazes com os horários estabelecidos para limpeza, almoço, jantar e horário de dormir. Os estudantes também dividiram as salas em dormitórios masculinos e femininos. Muitos pais passam a noite na ocupação com seus filhos e ajudam nas atividades de limpeza, cozinha ou segurança. “Grande parte da sociedade, ainda que aceite que a educação deve melhorar, coloca a ordem pública acima de tudo. As escolas estão rompendo com essa ordem. Mas eles querem uma escola diferente. Não querem mais essas escolas tradicionais”, afirma Esther Solano.
A organização interna nas ocupações não tem impedido que o Ministério Público, ou conselheiros tutelares, também se empenhem contra a ocupação. Em Miracema do Tocantins, cerca de 20 estudantes da Escola Dona Filomena Moreira de Paula teriam sido retirados à força de uma das escolas e levados algemados à delegacia com o aval de um promotor. Ameaças também foram registradas em escolas do interior do Paraná, onde os promotores estariam preparando ações civis contra os jovens. “Parece haver promotores tentando identificar alguns dos estudantes”, explica a advogada Tânia Mandarino, do grupo Advogados e Advogadas pela Democracia, que auxilia as ocupações.
Os estudantes querem continuar com o movimento. Um estudante de 18 anos, que preferiu não se identificar, está em uma das escolas fechadas de São José dos Pinhais. Secundarista do 3º ano do ensino médio, ele trabalha como porteiro em um clube de classe média da cidade. Recebe pouco mais de 600 reais por mês e não é registrado. “Todo mundo do ensino médio aqui nesta escola trabalha. Se eu estivesse no 1º ou no 2º ano, com essa MP de educação integral, eu já teria saído da escola. Não é porque vou terminar o curso que não vou lutar, é o direito do meu irmão, da minha família. Em vez de aumentar os gastos com educação, querem cortar o que já não tem?”
*Colaborou Ingrid Matuoka.
Pílulas da sabedoria de Ana Júlia:
 “A minha pergunta inicial é: de quem é a escola? A quem a escola pertence? Acredito que todos aqui já saibam essa resposta, e é com a confiança de que vocês conhecem essa resposta que eu falo sobre a legitimidade deste movimento, sobre a legalidade.”
“A reforma da educação é prioritária, mas precisamos de uma reforma que tenha sido debatida, conversada, que precisa ser feita pelos profissionais da área da educação. A Medida Provisória tem seu lado positivo, mas tem muitas falhas. Se colocarmos ela em prática com essas falhas, o Brasil vai estar fadado ao fracasso.”
“A nossa única bandeira é a educação. Somos um movimento apartidário, dos estudantes pelos estudantes. Que futuro o Brasil vai ter se não nos preocuparmos com o senso crítico? Temos de ser contra um analfabetismo funcional, que é um grande problema no Brasil hoje.”
“A PEC 241 é outra afronta. É anticonstitucional, é uma afronta à Constituição Cidadã de 1988. Nela a gente tem a seguridade social, e a PEC 241 acaba com isso.”
“O Escola Sem Partido nos insulta, nos humilha, nos fala que não temos capacidade de pensar.”
Fonte http://webviewer.iba.com.br/viewer?ticket=4426bef3f57377c4d1851e38a0a6e80d
Revista CartaCapital 2 de Novembro de 2016 - Ano XXII - Nº 925.

Enviado por: Profº Marcelo Osório Costa.

6 comentários:

  1. É importante ver os jovens estudantes progredirem durante esse mundo que está tão abalado de notícias ruins e ver que essa Julia está crescendo e garantindo seu futuro. E ver que ela é brasileira,isso sim dá orgulho de se ver!

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  2. Acredito seriamente que a bandeira é a educação, investir nisso será preparar vocês alunos para serem cidadãos dignos e ativos em seu papel.

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  3. O estudo é nossa base para um futuro e um País melhor.Então é bom ver que os jovens está buscado cada vez mais um estudo digno, em meio a uma série de problemas, o estudo sempre é em primeiro lugar.

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  4. As ocupações tem por principal objetivo impedir a reforma do Ensino Médio ,que entre outras medidas querem retirar disciplinas como : Ed.Física , arte ,filosofia e sociologia da grade.Matérias essenciais para a formação não So técnica , mas também pessoal . Isso mostra que Tipo de cidadão o governo que formar ao impor essa medida : seres não pensantes e incapazes de prosseguir numa carreira acadêmica.

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  5. É muito importante que os jovens participem da política e lutem pelos seus direitos, mas infelizmente, as ocupações acabaram prejudicando uma minoria de estudantes.

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  6. A ocupação das escolas é um dos assuntos mais importantes e discutidos atualmente, já que elas vem alterando a vida de milhares de pessoas, como aquelas que prestariam o ENEM nas escolas que estão ocupadas, levando a um adiamento das provas para esses alunos.

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