A América do Sul está distante dos principais
conflitos do mundo hoje. Próximos ao Brasil, pequenos conflitos vão ganhando
dimensão e provocam alertas e reflexões nos extremos do continente.
Colômbia:
trégua entre o governo e as Farc.
Na Colômbia, um acordo histórico está prestes
a ser selado. Desde o primeiro semestre de 2015, o governo colombiano e as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) deram início a uma série de
tratativas buscando um processo de paz definitivo.
O acordo está sendo costurado em Havana
(Cuba), com intermédio do presidente cubano, Raúl Castro e por representantes
das Nações Unidas. As negociações deverão se estender até março de 2016.
O presidente colombiano Juan Manuel Santos
determinou a suspensão de bombardeios contra os guerrilheiros e a realização de
um plebiscito com a população para legitimar o acordo. Já o líder das Farc,
Timoleón Jiménez, protocolou o cessar-fogo e afirmou que as unidades começarão
a se desarmar 60 dias depois da assinatura do documento final. Em breve, as
Farc deverão se tornar um movimento político legalizado.
As Farc existem há 50 anos e defendem a
implantação do socialismo no país. Os embates envolvendo o governo e os
rebeldes representam o mais longo conflito armado no hemisfério e provocaram
220 mil mortes e seis milhões de refugiados.
A agenda do acordo conta com a negociação de
diversos pontos como a contenção do comércio de drogas envolvendo a guerrilha
(boa parte do financiamento das Farcs vem do plantio e comercialização da
coca), o julgamento de crimes de guerra, a retirada de minas e novas medidas de
reforma agrária.
As duas partes acertaram uma "ampla
anistia" após o fim do conflito, que perdoaria o delito político,
excluindo os crimes contra a humanidade. Será criada na Colômbia uma jurisdição
especial que contará com um tribunal que deve promover a reparação das vítimas
e julgar e impor penas aos responsáveis pelos crimes graves cometidos durante
os anos de conflito.
O governo colombiano e as Farc já realizaram
negociações de paz anteriormente, a última no fim dos anos 1990 e começo dos
2000, mas terminaram em fracasso e as hostilidades foram retomadas. O atual
acordo foi iniciado formalmente em novembro de 2012.
Venezuela:
tensão interna e brigas diplomáticas com os vizinhos.
Em agosto de 2015, uma emboscada feriu alguns
militares venezuelanos que patrulhavam a região de fronteira com a Colômbia na
tentativa de evitar o contrabando de alimentos e combustíveis. Três militares
venezuelanos ficaram feridos.
Como resposta, mil colombianos que viviam
ilegalmente no país vizinho foram deportados pelo governo do presidente Nicolás
Maduro, que chegou a fechar parte da divisa e a decretar estado de exceção nos
municípios da região. O presidente afirmou que estava evitando a ação de
milicianos envolvidos no contrabando e no narcotráfico.
A expulsão em massa e o fechamento da
fronteira agravaram as relações entre Colômbia e Venezuela. O pior cenário seria
a possibilidade de um confronto armado nos limites entre os países.
E o que estaria por trás dessa ação? Ainda é
cedo para ter respostas. Segundo declarações do presidente colombiano Juan
Manuel Santos, as ações de Maduro têm motivação de natureza de política
interna.
Para ele, um possível conflito armado poderia
melhorar a popularidade do governo antes das eleições legislativas marcadas
para dezembro, ou mesmo de suspender estas eleições sob o pretexto de conflito
externo. Este mês, a Venezuela esfriou a tensão e adotou um tom conciliador,
autorizando o retorno dos deportados e a abertura das fronteiras.
Maduro também elevou o tom de voz com outro
vizinho, a Guiana. Em julho, o presidente venezuelano reivindicou a soberania
da região do Essequibo. A disputa pelo território situado em dois terços do
solo guianense é antiga e remonta ao final do século 19, quando a fronteira
entre os dois países foi delimitada.
O presidente da Guiana, David Granger,
reclamou que seu país está sendo alvo de provocações e afirma que a questão já
foi resolvida no século 19. Para ele, o que estaria por trás do atual interesse
da Venezuela são as recentes descobertas de grandes jazidas de petróleo e
recursos naturais na região. Granger busca apoio do Brasil e do Tribunal de Haia
para mediar o conflito.
Já a Venezuela sempre considerou a região “em
disputa” e o pediu apoio das Nações Unidas. Seu argumento é baseado no Acordo
de Genebra, de 17 de fevereiro de 1966, subsequente à independência da Guiana,
segundo o qual a região ainda está “por negociar”. Para pressionar, o governo
venezuelano suspendeu o intercâmbio de petróleo por arroz com o país, afetando
a economia guianesa.
Crise
econômica e protestos na Venezuela.
Maduro é herdeiro político direto do
presidente Hugo Chávez, que assumiu a Presidência da República em 1999 e
faleceu em 2013. Desde que subiu ao poder, o atual presidente enfrenta uma
grave crise econômica, provocada pela queda dos preços do petróleo e de uma
política econômica instável.
O arrocho econômico aumentou a insatisfação
da população e o apoio à oposição. O governo tem sido alvo de recentes
protestos contra a inflação, o aumento da criminalidade, a escassez de produtos
nos mercados e a prisão de universitários oposicionistas. Segundo pesquisas,
com a baixa popularidade de Maduro, a oposição tem chances reais de ganhar a
maioria legislativa nas eleições de dezembro.
O momento mais dramático ocorreu em setembro,
com a prisão do líder opositor Leopoldo López. Ele foi julgado e condenado a
quase 14 anos de prisão por incitar a violência nos protestos contra o governo.
As acusações incluem "incitação pública, danos à propriedade, incêndio e
formação de quadrilha" nos protestos que deixaram 43 mortos entre
fevereiro e maio de 2014.
López era a principal liderança da oposição
e, segundo o governo, faz parte de um grupo que tenta dar um golpe de Estado no
país. Representantes de organizações de direitos humanos, com a Anistia
Internacional, alegam que houve abuso de poder no julgamento e que não existem
evidências que justifiquem a detenção de Leopoldo López. Países membros do
Mercosul silenciaram em relação à questão.
O imbróglio
das Ilhas Malvinas.
O conflito histórico entre o Reino Unido e a
Argentina pelas Ilhas Malvinas ganhou um novo episódio esse ano. Em abril, a
Argentina decidiu recorrer aos tribunais com uma denúncia penal para tentar
impedir as prospecções que cinco petroleiras, três delas britânicas, estão
realizando a cerca de 200 quilômetros dessas pequenas ilhas. Segundo o governo
argentino, as empresas estariam realizando explorações ilegais de
hidrocarbonetos em sua plataforma continental.
A Grã-Bretanha ocupa e administra as ilhas
desde 1883, mas a Argentina sempre questionou a soberania britânica de um
território que antes era argentino. A Guerra das Malvinas foi um conflito entre
Grã-Bretanha e Argentina em 1982 pelo controle de um pequeno arquipélago no
Atlântico Sul, as Ilhas Malvinas - conhecidas em inglês como Falklands. O conflito deixou 649 mortos
e 1.300 feridos.
O governo britânico mantém uma base militar
nas ilhas, onde se estima que haja 1500 soldados. Em março, alegando o
interesse de proteger as ilhas contra ameaças ligadas a um suposto acordo entre
Buenos Aires e Moscou para a compra de aviões russos, a Grã-Bretanha anunciou
um investimento de 280 milhões de libras, ao longo dos próximos dez anos, para
reforçar a defesa da região.
Escrito por: Carolina Cunha
Fonte: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/tensoes-na-america-do-sul-instabilidade-nas-fronteiras-da-venezuela-e-acordo-de-paz-na-colombia.htm
Enviado por: Kelen
Barbosa Fernandes – 3° Ano do Ensino Médio.
as FARC causam muitos problemas na colombia,por isso houve tentativa de acordo,mas as FARC não aceitariam um acordo em troca de pouca coisa,poderia ficar "caro" para o país
ResponderExcluirNotícias recentes revelam que a oposição rejeitou o novo acordo de paz e pediu reunião com a Farc.
ResponderExcluirEsse acordo de paz, colocou um fim a uma guerra que já leva 52 anos.O maior temor anterior ao plebiscito, de que uma vitória do “não” pusesse fim a quatro anos de negociações e de que a guerra se iniciaria.
ResponderExcluirPermitir que as FARCs façam parte das decisões da politica colombiana provavelmente não resolveria o problema e sim daria mais liberdade para que eles cometam crimes e saiam impunes
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