Que país é este em que o presidente do Congresso – é, o presidente
do Senado comanda também as sessões do Congresso – e o terceiro na linha
sucessória da Presidência da República é réu no Supremo Tribunal Federal (STF)?
Que país é este em que um acusado de desvio de dinheiro público pode se sentar
na cadeira do gabinete presidencial no Palácio do Planalto, mesmo respondendo
por crime de peculato? E continua no cargo com todas as prerrogativas listadas
acima?
Não, não é trilha sonora da Legião Urbana. É a realidade política
brasileira. Por 8 votos a 3, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL),se tornou réu no STF, mas um pedido de vista do ministro Dias Toffoli
impediu a conclusão do julgamento. Com isso, Renan permanece no cargo. Até
quando, não se sabe. Afinal, vem aí o recesso do Judiciário e do próprio
Congresso. Já ficou para o ano que vem. Em que mês, ninguém sabe, ninguém viu,
pelo menos por enquanto.
Melhor dizendo, para ser justo com a Legião, a primeira estrofe da
música:“Nas favelas, no Senado. Sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a
Constituição. Mas todos acreditam no futuro da Nação”. Que país é este em que
todos acreditam no futuro da Nação está escrito nos protestos dos brasileiros,
que trouxeram de volta até o “panelaço”, que dispensa apresentações, esta semana,
inclusive em Belo Horizonte.
Difícil é saber se a panela de pressão da opinião pública dará
resultado. Por enquanto, nem adianta acender o fogão. Deixe para o ano que vem,
economize gás, nos doiss entidos, não só o do botijão.
Antes é preciso ressaltar. O presidente do Senado é o terceiro na
linha sucessória da Presidência da República, mas, no caso de Renan, na
prática, ele é o segundo, já que o vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB)
assumiu o comando da Nação depois do impeachment da então residente Dilma
Rousseff (PT). O primeiro, agora, é o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (PMDB-RJ).
Quer saber mais sobre que país é este? Vamos lá,são notícias
quentes: a recessão e a crise política afastam os investidores estrangeiros.
Tem mais: 8 mil – é, 8mil – servidores públicos recebiam dinheiro do Bolsa Família,
logo eles, que têm salários bem acima da média do resto da Nação. E, para não
estender demais, basta a declaração do próprio presidente da República, Michel
Temer, em evento com empresários paulistas:“Não há vara de condão que recupere
a economia”.
E o registro sai publicado logo hoje, em pleno sábado, dia de as
donas de casa que trabalham fora irem ao supermercado fazer compras e não têm
vara de condão para preencher, como desejavam, a despensa de suas casas.
Compram só o absolutamente necessário. E olhe lá!
Fonte: Jornal Estado de Minas, 3/12/16.
Enviado por: Profº Marcelo Osório
Costa.
“Um programa social que não estimula a emancipação dos chefes de família, que não promove a sua autonomia a médio prazo, é uma coleira política”. A crítica alimenta o preconceito recorrente entre a elite brasileira que paga impostos de que o beneficiário do Bolsa Família, na verdade, ajudaria seus beneficiários a passar o dia sob a sombra de uma árvore sem fazer nada.
ResponderExcluiros políticos do país estão se aproveitando cada vez mais do cargo que ocupam,deixando o povo como segunda opção,porém as pessoas também se beneficiam o máximo do bolsa família mesmo não precisando desse programa,ou seja,se até o povo se tornou "corrupto",imagina aqueles que estão no poder?
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