É tempo de reformas estruturantes no ambiente
econômico brasileiro. O governo Temer se diz disposto a apoiá-las e nós,
brasileiros, não podemos perder a oportunidade de colaborar para a construção
de um Brasil melhor. Para isso, é preciso abandonar ou questionar paradigmas
prontos amplamente utilizados por aqueles que querem continuar se beneficiando
do poder sem se preocupar com quem irá pagar a conta.
Recentemente, estive em viagem de missão com o
governo brasileiro na China e pude perceber claramente que as oportunidades
existem. Basta fazer as reformas necessárias para o desenvolvimento econômico e
social. É preciso aprender com os acertos dos chineses, que em 30 anos
retiraram aquele país da extrema pobreza para se tornar uma das principais
forças da economia mundial, mesmo posicionando-se como uma economia socialista
que convive muito bem com o capitalismo. Os maiores ícones da economia mundial,
como a Coca-Cola, Apple, Ambev, Volvo, Mercedes Benz e Volkswagem, estão por
lá.
Na China, também tem muito capital poupado que pode
ser investido no Brasil, desde que tenhamos a necessária segurança jurídica. A
China tem dinheiro porque tem uma cultura enraizada que poupa para garantir a
sustentabilidade própria no futuro, não transferindo essa responsabilidade para
o governo, via aposentadoria.
A bolsa de valores é usada pelo povo para investir
suas economias e não apenas pelos grandes magnatas. É possível ver o caixa de
pequenas lojas com o computador ligado, acompanhando o movimento da bolsa e
fazendo suas aplicações e resgates. O povo conhece e acompanha a economia e
torce para as empresas terem lucro, pois como pequenos investidores eles também
ganharão.
No Brasil, país que optou pelo regime capitalista,
ter lucro é um pecado para muitos, e quem tem bons resultados é hostilizado.
Esse é um dos pontos que merecem reflexão e que pode ser mudado com a gestão
Temer, pois ele entende que para ter bons empregos é preciso de boas empresas,
o que não acontecia antes, com os que pensavam em estatizar tudo.
O que fica claro é que, para desenvolver o Brasil,
precisamos de capital, e como não temos disponível em nosso governo, precisamos
do privado – e este requer segurança e retorno. O retorno é o princípio da
economia e não cabe ao governo regulamentar essa taxa, mas, sim, tributá-la; o
que no Brasil já é bem feito. Taxa de retorno é resultado da base de cálculo do
Imposto de Renda, portanto, quanto maior, mais tributo o governo vai receber. O
governo deve regular a qualidade dos serviços e verificar se os preços não são
abusivos.
O maior problema está na segurança jurídica, que
não se limita a garantir o cumprimento dos contratos, mas inclui com muita
força a Justiça do Trabalho, que muitas vezes insiste em julgar acima da lei,
com o argumento do livre convencimento e da hipossuficiência do trabalhador,
dois paradigmas que precisam ser revistos. Trabalhador assistido por advogado
não é hipossuficiente e o livre convencimento deve estar limitado pelo
princípio, não menos importante, da estrita legalidade, no qual o juiz é
obrigado a julgar de acordo com a lei vigente. E, ao ignorar a lei, ele gera
insegurança jurídica que afasta os investimentos.
Fonte: Jornal Estado de
Minas, 3/12/16.
Enviado por: Profº
Marcelo Osório Costa.
Corrigir os danos já feitos e minimizar ações que tornam o mundo “pior”. Criar ações que inibam as pessoas, individualmente ou coletivamente através das organizações, é uma forma positiva de “construir um mundo melhor”.
ResponderExcluirA atitude de cada um, no que diz respeito à responsabilidade pessoal, familiar, de respeito às leis, ao próximo, são os primeiros pontos essenciais para fazermos um país melhor
ResponderExcluirInvestir na educação é o primeiro ponto a se fazer em busca de um país melhor
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