Novo acordo de paz é assinado entre o governo da Colômbia e as Far.
O acordo de paz, que acaba com meio século de
enfrentamentos entre o governo colombiano e a maior guerrilha do país, começa a
ser implementado nessa quinta-feira (1º). Os rebeldes das Forças Armadas
Revolucionarias da Colômbia (Farc) têm 150 dias para entregar todas as suas
armas às Nações Unidas.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, comemorou a
ratificação do pacto, na quarta-feira (30) à noite, depois de dois dias de
intensos debates. Segundo ele, 1º de dezembro é o Dia D – o início do fim de 52
anos de violência, que resultaram na morte de mais de 200 mil colombianos e no
deslocamento de mais 6 milhões.
Santos ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços
para negociar o desarmamento do grupo guerrilheiro mais antigo da América
Latina. Foi um processo que durou quatro anos e quase termina em
fracasso. O primeiro pacto, assinado por Santos e pelo líder das Farc,
Rodrigo Londono (conhecido como Timochenko), foi rejeitado em um plebiscito em
outubro. Novas negociações resultaram numa segunda versão, menos tolerante com
os rebeldes – como pediam os que votaram contra na consulta popular.
O segundo acordo manteve a promessa feita aos
guerrilheiros, de que poderiam formar um partido político, disputar eleições e
ocupar cargos públicos. A oposição, liderada pelo ex-presidente e atual senador
Álvaro Uribe, queria que o documento fosse submetido a um novo plebiscito. Mas
Santos decidiu submetê-lo à aprovação do Congresso, onde o governo tem maioria.
Tanto Santos quanto Londono argumentaram que o acordo de
paz foi o resultado de amplo debate e que era mais importante implementar a paz
o quanto antes do que colocar em risco a trégua entre o governo e a guerrilha e
recomeçar de zero. A discussão mobilizou também os colombianos no
exterior – como o barítono Alfredo Martinez, 30 anos, que canta em óperas em
Buenos Aires.
“Uma guerra tão longa deixa profundas feridas. Muitos
achavam que não deviam perdoar os responsáveis pela violência tão facilmente,
da noite para a manha, e que eles deveriam responder por seus crimes”, disse à Agência
Brasil. “Mas no fundo, todos os colombianos querem a paz. E o bom é que esse
acordo abriu as portas para o debate e todos se informaram a respeito, para
apoiar ou rejeitar o pacto. Não importa. O importante é que o debate se deu”.
Além do desarmamento das Farc, o acordo prevê a
erradicação dos cultivos de drogas ilegais (que financiavam as atividades
guerrilheiras, depois da queda do comunismo no Leste Europeu) e programas
sociais para integrar mais de 6 mil mil rebeldes à sociedade civil. Opositores
ao acordo argumentavam que a Colômbia iria gastar uma fortuna em um momento de
desaquecimento da economia. O tema fará parte dos debates nas eleições do
próximo ano.
O acordo de paz colombiano foi mediado pelo governo
cubano, que continua de luto pela morte do líder revolucionário Fidel
Castro. Ele morreu na sexta-feira (25), aos 90 anos. Suas cinzas estão
sendo levadas, em uma peregrinação pelo país. e serão enterradas domingo (4).
Fonte:http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-12/acordo-de-paz-entre-governo-colombiano-e-farc-entra-em-vigor-hoje
Enviado
por Julia Branco - 2º ano do Ensino Médio.
Parabéns aos colombianos – os sensatos -, que sabiamente votaram NÃO às FARC. Colocar as FARC no governo, ‘perdoar’ seus crimes dos últimos 50 anos, etc, seria abrir as portas da Colômbia ao caos, à ilegalidade, ao Inferno, e legalizar o Terrorismo. Agora é esperar o resultado da próxima votação.
ResponderExcluirPara agilizar os trâmites da implementação do acordo o Congresso aprovou há quase um ano o chamado Ato Legislativo para a Paz, que concede poderes extraordinários ao presidente para expedir, durante seis meses, decretos relacionados ao processo de paz. Essas novas leis serão tramitadas através do fast track, um mecanismo especial que requer menos debates no Congresso e que evitaria a postergação das leis em um ano, algo a que as FARC não estavam dispostas, porque consideram que as deixa em um limbo jurídico.
ResponderExcluirPara agilizar os trâmites da implementação do acordo o Congresso aprovou há quase um ano o chamado Ato Legislativo para a Paz, que concede poderes extraordinários ao presidente para expedir, durante seis meses, decretos relacionados ao processo de paz. Essas novas leis serão tramitadas através do fast track, um mecanismo especial que requer menos debates no Congresso e que evitaria a postergação das leis em um ano, algo a que as FARC não estavam dispostas, porque consideram que as deixa em um limbo jurídico.
ResponderExcluirA paz com as Farc não significará, no entanto acabar com o conflito armado na Colômbia, onde ainda resta alcançar um acordo com o Exército de Libertação Nacional (ELN)guevarista, a segunda guerrilha em atividade no país, e acabar com os bandos de criminosos remanescentes de grupos paramilitares desmobilizados há uma década.
ResponderExcluirFoi um acordo esperado a anos ja que os colombianos estão sofrendo há anos com familiares desaparecidos e outras consequências.
ResponderExcluirEsse acordo pode levar ao fim um dos maiores e mais longos conflitos que já existiram na América Latina.
ResponderExcluirA votação mostrou a enorme polarização que existe na Colômbia que é assim tambem um golpe para a classe política colombiana.
ResponderExcluir