São Paulo – “Como os pedidos só foram
diminuindo, quando o celular tocava de manhã a gente já sabia que era o banco
ligando para cobrar a prestação da casa”, lembra o auxiliar de cozinha Luiz
Eduardo Meirelles, de 48 anos, que faz doces para festas desde que foi demitido
de uma confeitaria da Grande São Paulo, em maio. Ele está no grupo de mutuários
da faixa 1 do Minha casa, minha vida, programa federal de subsídio à moradia
popular, que não vem conseguindo pagar as prestações.
A queda da renda do trabalho no país e o
aumento do desemprego têm pesado na taxa de inadimplência dos beneficiados pela
faixa 1 do programa federal. O índice de atraso superior a três meses atingiu
28% em setembro. No mesmo mês de 2015, eram 23% de beneficiários com parcelas
em aberto há mais de 90 dias, segundo o Ministério das Cidades. Trata-se,
agora, do maior percentual de atraso desde o agravamento da crise.
Para efeito de comparação, o índice de
prestações atrasadas na carteira de crédito que inclui as faixas 2 e 3 do Minha
casa, minha vida – para famílias com renda mais elevada –, era de cerca de
2,03% no terceiro trimestre deste ano, de acordo com a Caixa Econômica Federal.
O crédito imobiliário da faixa 1 do Minha
casa se destina às famílias que têm renda mensal bruta de até R$ 1,8 mil. Os
preços dos imóveis variam de acordo com a localidade e, como até 90% do valor
da casa é custeado com recursos públicos, os novos contratantes pagam
prestações mensais a partir de R$ 80. Até o ano passado, esses números eram
mais generosos: a prestação mínima paga pelos beneficiários do programa era de
R$ 25 ao mês. Além disso, para toda a faixa 1, cerca de 95% do valor do imóvel
era subsidiado.
No Amapá e em Roraima, estados com maior
percentual de inadimplentes em setembro, os atrasos nos pagamentos chegam a
41%. Em seguida estão Pará (40%), Bahia (37%) e Mato Grosso (36%). Distrito
Federal, Alagoas e Rondônia têm os menores índices, com 7%, 11% e 19%,
respectivamente. “Mais preocupante que o aumento da inadimplência da fatia mais
carente do programa é a persistência dos atrasos em um patamar tão alto, bem
acima dos financiamentos bancários convencionais e das demais faixas do Minha
casa, minha vida”, diz Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos em
Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas.
“O programa precisa criar mecanismos de
cobrança mais eficientes, como os usados pelo microcrédito. Uma alternativa
seria a adoção de agentes de crédito, atuando de porta em porta, para instruir
os mutuários e propor alternativas de renegociação das dívidas”, diz o
especialista. Com medo de perder o imóvel, o auxiliar de cozinha Luiz Eduardo
Meirelles conta que vai vender a moto da família e passará a fazer as entregas
dos doces de bicicleta. “Trabalhar em casa era um sonho antigo que virou falta
de opção, só que todo mundo está segurando gastos e fica difícil vender. A
gente passou da fase dos pequenos cortes. Vamos abrir mão de parte do
patrimônio para salvar o principal.” Em muitos casos, o mutuário custa a
acreditar que terá o imóvel retomado, por se tratar de parcelas simbólicas, de
acordo com Marcelo Prata, do Canal do Crédito, comparador de produtos
financeiros.
Fonte:
Jornal Estado de Minas, 4/12/16.
Enviado
por: Profº Marcelo Osório Costa.
o desemprego esta cada vez maior, por causa da crise econômica que faz as empresas cortem custos, e demitem empregados fazendo como que o Brasil seja um dos primeiros do ranking de maior numero de desempregados do mundo
ResponderExcluirPode-se afirmar que a tava de desemprego relaciona-se com a escassez de renda e consequentemente com a falta de mão de obra qualificada no mercado de trabalho pelo fato do mal investimento na área da educação,o que causa alienação entre o produtor e o produto,sendo assim a procura ao banco para empréstimos é extensa, o que causa a tomada de bens de grande parte da população brasileira
ResponderExcluirPode-se afirmar que a tava de desemprego relaciona-se com a escassez de renda e consequentemente com a falta de mão de obra qualificada no mercado de trabalho pelo fato do mal investimento na área da educação,o que causa alienação entre o produtor e o produto,sendo assim a procura ao banco para empréstimos é extensa, o que causa a tomada de bens de grande parte da população brasileira
ResponderExcluirSegundo o IBGE, no terceiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8%. Foi o maior índice desde 2012.Isso comprova como a crise tanto financeira como politica tem afetado nosso país atualmente.
ResponderExcluirSegundo o IBGE, no terceiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8%. Foi o maior índice desde 2012.Isso comprova como a crise tanto financeira como politica tem afetado nosso país atualmente.
ResponderExcluirmostra claramente como o desemprego afeta as pessoas,é muito preocupante e não podemos saber onde chegaremos com essa economia
ResponderExcluirA África do Sul tem problemas econômicos profundos e teve, mais recentemente, problemas muito parecidos com os do Brasil.
ResponderExcluirO desemprego no Brasil chegou a 10,9% no primeiro trimestre de 2016. No total, são 11,1 milhões trabalhadores desempregados. Em um ano, o número de pessoas procurando emprego aumentou em 3,2 milhões.
ResponderExcluirSegundo o IBGE, no terceiro trimestre de 2016, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,8%. Foi o maior índice desde 2012.
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