Nem seria mais necessário estender o comentário. A
capa de ontem do Estado de Minas faz o resumo da ópera que assola o país:
“Enquanto nós choramos... Eles riem da nossa cara”. Nem precisa detalhar,
porém, pode piorar. Tem mais: “Força-tarefa da Lava-Jato ameaça renunciar”,
diante da pizza dos nobres congressistas que estão só esperando o forno
esquentar. E ao sair da política e passar para a economia, os brasileiros
sentem na carne, no desemprego: “PIB cai 0,8% no 7º recuo trimestral
consecutivo”.
As lágrimas de brasileiros e as dos colombianos,
que prestaram emocionantes homenagens, falam por si. Faixas e cartazes no
estádio onde a partida seria realizada em Medelllín dizem tudo: “Uma nova
família nasce”, “Futebol não tem fronteiras. Força à família, torcida e ao povo
chapecoense”, “Todos somos Chape”, “Equipe imortal. Campeões para sempre”, “Se
foram como lendas”.
Voltemos à política, ao projeto de abuso de
autoridade. Madrugada adentro, os deputados federais desfiguraram a proposta,
em causa própria. Melhor deixar o procurador e coordenador da força-tarefa da
Lava-Jato, Deltan Dallagnol, explicar. “Se for aprovada, a proposta será o
começo do fim da Lava-Jato. A força-tarefa da Lava-Jato reafirma seu
compromisso de trabalhar enquanto for possível.” E vai direto ao ponto: “É a
ditadura da corrupção. Há evidente conflito de interesses entre o que a
sociedade quer e o que o Parlamento quer”.
A voz das ruas se perdeu na surdez dos nobres
parlamentares que por ela deveriam zelar com esmero e, principalmente, com
respeito. Não foi isso o que aconteceu, muito antes pelo contrário. Mais vale
garantir a própria impunidade do que mudar os rumos do país para um caminho
melhor na política. Não se trata de “conflito de interesses”. Eles estão
interessados em garantir a própria impunidade. A votação poderia ser traduzida
em “confissão de culpa”, não há outra definição.
Um país que está de luto não merece assistir ao
enterro de seu desejo de encontrar solução para os graves problemas que
enfrenta, pois é isso que está acontecendo. Da economia à política, do
desemprego à corrupção. Se ainda resta uma esperança, quem sabe os senadores
ajam com mais responsabilidade e tirem o sorriso da cara dos deputados?
Fonte: Jornal Estado de
Minas, 2/12/16.
Enviado por: Profº
Marcelo Osório Costa.
Uma falta de respeito,tomarem decisões enquanto o Brasil inteiro está de luto!
ResponderExcluirUm absurdo, o Brasil e a Colômbia passando por um momento de grande tristeza e luto, enquanto nossos políticos aproveitam da situação para gerar uma grande confusão na política do nosso país.
ResponderExcluirParece que esse povo não tem consciência do que estão fazendo pois querem tomar varias decisões,desfigurar pospostas em um momento que o Brasil e o mundo inteiro estão de luto por causa dessa terrível tragedia que aconteceu com o time da Chapecoense,queriam aproveitar o momento onde varias pessoas não estavam bem para conseguir o que queriam.
ResponderExcluirA voz das ruas se perdeu na surdez dos nobres parlamentares que por ela deveriam zelar com esmero e, principalmente, com respeito. Não foi isso o que aconteceu, muito antes pelo contrário. Mais vale garantir a própria impunidade do que mudar os rumos do país para um caminho melhor na política.
ResponderExcluirComo cita o texto, "mais vale garantir a própria impunidade do que mudar os rumos do país para um caminho melhor na política". É como se aproveitassem um momento de fragilidade geral do país, onde a mídia está quase totalmente voltada a tragédia, para encobertar essa decisão.
ResponderExcluiressas medidas politicas são um desacato as pessoas!!um absurdo!!
ResponderExcluirInacreditável os políticos brasileiros se aproveitando de uma tragédia dessa porte para aprovarem leis que ferem a constituição e a democracia.
ResponderExcluirNos últimos anos o Brasil vem lutando contra a corrupção com protestos, surgindo assim a lava a jato que começou a caçar políticos corruptos e como visto nos últimos dias ocorreu um acidente que chocou várias pessoas, sendo assim os políticos viram isso como oportunidade para fazerem as pessoas se esquecerem do que buscavam
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