Se a votação no Congresso fosse um
plebiscito, praticamente todos os colombianos teriam abraçado a paz. No fim da
noite de quarta-feira, a Câmara dos Deputados da Colômbia referendou o acordo
de paz assinado entre o governo Juan Manuel Santos e a maior guerrilha da
América Latina por 130 votos a favor e zero contra. Horas antes, o pacto tinha
sido avalizado também pelo Senado, por todos os 75 dos 81 senadores – seis
deles se ausentaram da sessão. Em cinco dias, todos os guerrilheiros das Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) terão de começar a se deslocar até
as 23 “Zonas Transitórias de Normalização”, como preparativo para o
desarmamento. Em cinco meses, todas as armas do grupo terão de ser entregues a
uma comissão da Organização das Nações Unidas.
“A Câmara aprovou a referendação do novo
acordo. Gratidão ao Congresso pelo histórico respaldo à esperança de paz com os
colombianos”, escreveu Santos em seu perfil nas redes sociais. “A paz está se
materializando”, acrescentou, ao destacar a reconstrução do tecido social. No
chamado “Dia D”, o governo e as Farc não se entendiam em relação à deposição
das armas. De acordo com a agência de notícias France-Presse, a guerrilha
condiciona a concentração nas regiões específicas à aprovação de uma lei de
anistia por parte do Legislativo. A expectativa é de que os parlamentares
apreciem o texto na próxima semana.
Enquanto isso, a Colômbia prepara um
“primeiro pacote de indultos” a quem cometeu crimes políticos. Segundo o
ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, “o que todos os colombianos estão
aguardando (…) é um avanço rápido na desmobilização e no desarmamento dos
integrantes das Farc, de acordo com o cronograma definido”. O ex-deputado
Sigifredo López, refém dos guerrilheiros por seis anos e 10 meses, se opõe à
concessão de indultos. “Isso está proibido pela legislação do país e pelo
direito internacional humanitário”, declarou à reportagem. “Teremos uma anistia
para guerrilheiros raros, acusados de delitos de rebelião e de crimes leves.
Aqueles responsáveis por crimes de lesa humanidade, atrozes, vão pagar penas
alternativas”, acrescentou.
López explica que a implementação do acordo de paz está
associada à apreciação de 42 projetos de lei pelo Congresso. “Ela depende das
autoridades territoriais e das organizações da sociedade civil, a fim de que
sejam bem aplicadas e não se dilapidem. A participação da cidadania é muito
importante, para o rigoroso e cabal cumprimento do acordo”, defende. O ex-refém
considera histórico o simbolismo do “Dia D”. “Ele põe fim a uma guerra de 52
anos, que causou muitos danos à sociedade colombiana. A data de hoje (ontem),
sem dúvida alguma, será recordada nos textos de história da Colômbia como das
mais importantes para a nação.”
Único sobrevivente do massacre do Vale do Cauca, em 18 de
junho de 2007, quando 11 colegas parlamentares foram executados pelas Farc,
López prevê desafios até a consolidação da paz. Ele lembra que, após a
assinatura de acordos de paz, é comum o recrudescimento da violência. “A guerra
deixa feridas, ódio e muitas dores acumuladas. As mudanças previsas pelo pacto
podem produzir reações violentas. Por exemplo, o texto contempla a restituição
ao Estado de terras ocupadas há mais de 100 anos por famílias, para serem
entregues aos camponeses. Nos últimos dois meses, líderes rurais e da esquerda
foram assassinados. Os próximos dois ou três meses serão muito difíceis e
violentos”, disse.
Fonte: Jornal Estado de
Minas, 2/12/16.
Enviado por: Profº
Marcelo Osório Costa.
As Farc ainda se comprometeram a romper os laços com o mercado de drogas, além de apoiar os esforços do governo para combater o narcotráfico. Os movimentos sociais que estão na base das Farc receberão garantias de que poderão fazer política sem armas.
ResponderExcluirAs principais modificações ao acordo assinado em setembro estão centradas, segundo conhecedores do novo texto, em garantir que a propriedade privada não correrá perigo, como defendiam os partidários do ‘não’ e em tranquilizar os setores ultraconservadores do país, mediante uma nova redação dos conteúdos relacionados ao ponto sobre a questão de gênero.
ResponderExcluirDepois de tanta violência e uma história extensa envolvendo o táfico, principalmente de cocaína, cidadãos colombianos clamam por paz, o que pode ser observado na unanimidade no acordo de paz assinado entre o governo Juan Manuel Santos e a maior guerrilha da América Latina.
ResponderExcluirOs líderes ibero-americanos, chefes de Estado e ministros das Relações Exteriores apoiaram por unanimidade o processo de paz na Colômbia e as tentativas do presidente Juan Manuel Santos em alcançar um novo acordo com as FARC após a rejeição do pacto no plebiscito. Eles o fizeram em Cartagena das Índias, o mesmo lugar onde, no dia 26 de setembro, Santos e o líder das FARC, conhecido como Timoshenko, assinaram o texto que pôs fim a 52 anos de guerra.
ResponderExcluirOs líderes ibero-americanos, chefes de Estado e ministros das Relações Exteriores apoiaram por unanimidade o processo de paz na Colômbia e as tentativas do presidente Juan Manuel Santos em alcançar um novo acordo com as FARC após a rejeição do pacto no plebiscito. Eles o fizeram em Cartagena das Índias, o mesmo lugar onde, no dia 26 de setembro, Santos e o líder das FARC, conhecido como Timoshenko, assinaram o texto que pôs fim a 52 anos de guerra.
ResponderExcluirEmbora alguns considerem que ação tomada pelo governo tenha sido autoritária, deve se lembrar que poucas pessoas se deram ao trabalho de votarem no plebiscito e que é importante se estudar o mapa de votos por região, as áreas onde o Não ganhou foram os grandes centros urbanos que pouco sofreram com a presença das FARC
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