A PEC, a iniciativa para modificar a Constituição
proposta pelo Governo, tem como objetivo frear a trajetória de crescimento dos
gastos públicos e tenta equilibrar as contas públicas. A ideia é fixar por até
20 anos, podendo ser revisado depois dos primeiros dez anos, um limite para as
despesas: será o gasto realizado no ano anterior corrigido pela inflação (na
prática, em termos reais - na comparação do que o dinheiro é capaz de comprar
em dado momento - fica praticamente congelado). Se entrar em vigor em 2017,
portanto, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da
inflação daquele ano. A medida irá valer para os três Poderes – Executivo,
Legislativo e Judiciário. Pela proposta atual, os limites em saúde e educação
só começarão a valer em 2018.
Por que o Governo diz que ela é necessária?
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, diz que
"não há possibilidade de prosseguir economicamente no Brasil gastando
muito mais do que a sociedade pode pagar. Este não é um plano meramente fiscal."
Para a equipe econômica, mesmo sem atacar frontalmente outros problemas
crônicos das contas, como a Previdência, o mecanismo vai ajudar "a
recuperar a confiança do mercado, a gerar emprego e renda" ao mesmo tempo
em que conterá os gastos públicos, que estão crescendo ano a ano, sem serem
acompanhados pela arrecadação de impostos. Para uma parte dos especialistas,
pela primeira vez o Governo está atacando os gastos, e não apenas pensando em
aumentar as receitas. O Governo Temer não cogita, no momento, lançar mão de
outras estratégias, como aumento de impostos ou mesmo uma reforma tributária,
para ajudar a sanar o problema do aumento de gasto público no tempo.
O que dizem os críticos da PEC?
Do ponto de vista de atacar o problema do aumento
anual dos gastos públicos, uma das principais críticas é que uma conta
importante ficou de fora do pacote de congelamento: os gastos com a
Previdência. É um segmento que abocanha mais de 40% dos gastos públicos
obrigatórios. Logo, a PEC colocaria freios em pouco mais de 50% do Orçamento,
enquanto que o restante ficaria fora dos limites impostos - só a regra sobre o
salário mínimo tem consequências na questão da Previdência. A Fazenda afirmou,
de todo modo, que a questão da Previdência será tratada de forma separada mais à
frente. "Se não aprovar mudanças na Previdência, um gasto que cresce acima
da inflação todos os anos, vai ter de cortar de outras áreas, como saúde e
educação", diz Márcio Holland, ex-secretário de política econômica da
Fazenda. "Nesse sentido, a PEC deixa para a sociedade, por meio do
Congresso, escolher com o que quer gastar", complementa. Há vários
especialistas que dizem que, na prática, o texto determina uma diminuição de
investimento em áreas como saúde e educação, para as quais há regras constitucionais.
Os críticos argumentam que, na melhor das hipóteses, o teto cria um horizonte
de tempo grande demais (ao menos dez anos) para tomar decisões sobre toda a
forma de gasto do Estado brasileiro, ainda mais para um Governo que chegou ao
poder sem ratificação de seu programa nas urnas. Eles dizem ainda que, mesmo
que a economia volte a crescer, o Estado já vai ter decidido congelar a
aplicação de recursos em setores considerados críticos e que já não atendem a
população como deveriam e muito menos no nível dos países desenvolvidos. Se a
economia crescer, e o teto seguir corrigido apenas de acordo com a inflação, na
prática, o investido nestas áreas vai ser menor em termos de porcentagem do PIB
(toda a riqueza produzida pelo país). O investimento em educação pública é tido
como um dos motores para diminuir a desigualdade brasileira.
https://www.google.com.br/amp/brasil.elpais.com/brasil/2016/10/10/politica/1476125574_221053.amp.html
Enviado
por: Júlia Helena - 2° ano do Ensino Médio.
Muitas pessoas atualmente estao protestando contra a PEC, que por sua vez propõem um limite para os gastos do governo, incluindo a educação e saúde. A forma de protesto é a ocupação das escolas brasileiras, que param as aulas das escolas geridas pelo estado, sendo também um grande empecilho para o ENEM que teve suas provas adiadas para as pessoas que tiveram o local da prova como uma escola ocupada
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