Aylan (3 anos), Omran (5 anos), vítimas
e uma delas fatais, das trágicas crises que andam ocorrendo na Síria por mais
de 4 anos e que acabam refletindo em todos os outros países.
Entenda o que está acontecendo na
Síria:
A origem da guerra atual foram os
protestos de março de 2011 na cidade de Deraa, no sul do país, depois da prisão
e da tortura de um dos jovens que pintaram slogans revolucionários no muro de
uma escola, dentro do espírito da Primavera Árabe.
Quando as forças de segurança abriram
fogo contra os manifestantes, matando a vários deles, ainda mais pessoas foram
para as ruas. Houve manifestações em escala nacional pedindo a saída do
presidente Assad.
O governo usou sua força militar para
tentar acabar com a dissidência, mas isso só serviu para aumentá-la. Em julho
de 2015, centenas de milhares de pessoas já participavam dos protestos em
cidades de todo o país.
Membros da oposição eventualmente
começaram a pegar em armas. A princípio, para se defender; depois, para
expulsar as forças estatais de suas regiões.
O país entrou em guerra civil, com
brigadas rebeldes lutando contras tropas governamentais pelo controle de
cidades, povoados e zonas rurais. Em 2012, a violência chegou à capital Damasco
e à segunda metrópole mais importante do país, Aleppo.
Em julho de 2013, a ONU afirmou que 90
mil pessoas haviam morrido no conflito. Apenas um ano depois, esse número já
havia aumentado para 191 mil e, atualmente, já chegou a 250 mil.
Mas, agora, a batalha já vai muito além
de ser contra ou favor de Assad - adquiriu um tom sectário, onde a maioria
sunita enfrenta a ala xiita que apoia o presidente, e inclui a intervenção de
países vizinhos e dos poderes globais.
Uma comissão da ONU investigou as
supostas violações do direito humanitário internacional na Síria a partir de
março de 2011 e encontrou evidências de que ambos os lados do conflito
cometeram crimes de guerra, incluindo sequestros, tortura, assassinato e
execuções.
Em fevereiro de 2014, uma resolução do
Conselho de Segurança exigiu o fim do uso de armas "em áreas habitadas por
civis". Desde então, ativistas afirmam que ao menos 6 mil pessoas morreram
por causa de bombas lançadas pelo governo em áreas controladas pelos rebeldes.
A ONU afirma que civis foram
deliberadamente escolhidos como alvos de guerra, o que constitui crime. O
"EI" também foi acusado de realizar uma grande campanha de terror no
norte e no leste da Síria.
Sabe-se de casos nos quais militantes
do "EI" aplicaram castigos severos a pessoas que se negaram a obedecer
suas regras, incluindo dezenas de execuções públicas e decapitações.
Antes de o conflito começar, os sírios
tinham um dos maiores arsenais de armas químicas do mundo, entre elas os gases
mostarda e sarin.
O governo insistia que seu arsenal
estava seguro e nunca o usaria "dentro da Síria", mas relatos de
ataques com armas químicas começaram a vir à tona no início de 2013.
Mais tarde, em agosto do mesmo ano,
foguetes carregados com gás sarin foram disparados em diversos subúrbios do
cinturão agrícola de Damasco, matando entre 300 e 1,4 mil pessoas, número que
varia de acordo com a fonte consultada.
A oposição e as potências ocidentais
garantiram que só o governo poderia ter feito isso. Assad culpou os rebeldes
pelas mortes, mas a Rússia e os Estados Unidos fizeram um acordo para destruir
as armas químicas da Síria anté junho de 2013.
Diante da ameaça de intervenção militar
pelos Estados Unidos, o presidente concordou em eliminar seu arsenal sob a
supervisão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Mas, depois desta operação, a OPAQ
documentou outros ataques com componentes tóxicos, como o cloro e o amoníaco,
de forças do governo contra grupos rebeldes no norte do país em 2014, quando
morreram 13 pessoas.
Em um dos maiores êxodos da história
recente, mais de 4,5 milhões de pessoas fugiram da Síria desde o inicio do
conflito, a maioria delas mulheres e crianças.
Os países vizinhos tiveram que assumir
a pior parte da crise de refugiados, com Líbano, Jordânia e Turquia lutando
para acomodar as ondas de refugiados que chegavam.
O êxodo se acelerou dramaticamente
depois do início de 2013, quando as condições de vida no país se deterioraram
de forma drástica.
Acredita-se que outras 7,6 milhões de
pessoas tenham sido obrigadas a deixar suas casas dentro do país, muitas sem
acesso a ajuda, o que eleva para 11 milhões o número de desabrigados, metade da
população.
Em setembro de 2014, o drama dos
refugiados sírios voltou a chamar atenção com a chegada de milhares de cidadãos
às ilhas gregas, o que desencadeou uma crise na União Europeia.
Depois, vários países europeus e
americanos se comprometeram a receber quantidades determinadas de asilados
sírios. Em dezembro de 2014, a ONU conseguiu arrecadar US$ 8,4 milhões (R$ 32,3
milhões) para ajudar 18 milhões de pessoas.
Isso sem contar as perdas geradas pelo
conflito, que já superam os US$ 200 bilhões, com quatro em cada cinco sírios
vivendo na pobreza - 30% deles na pobreza extrema.
A rebelião armada evoluiu
significativamente desde sua concepção. Seculares moderados foram dominados por
islamistas e jihadistas, cujos métodos brutais têm feito aumentar a preocupação
entre os rebeldes.
Capitalizando no caos da região, o
"EI" assumiu o controle de grandes zonas no norte e no leste da
Síria. Seus combatentes agora estão envolvidos em uma "guerra entre
guerras", lutando contra os rebeldes, com os jihadistas da Al-Qaeda
afiliados à Frente Nusra, que rejeitam as táticas do "EI", contra os
curdos e contra as forças do governo.
Em setembro de 2014, uma coalizão
liderada pelos Estados Unidos iniciou uma série de ataques aéreos - com a ideia
de "enfraquecer e finalmente destruir" o "EI" - que ajudou
a enfrentar ataques contra a cidade de Kobane.
Na arena política, os grupos rebeldes
estão profundamente divididos, batalhando entre eles pela supremacia. O mais
proeminente deles é a Coalizão Nacional da Revolução Síria, de orientação moderada,
que recebe o apoio de vários países da região e do Ocidente.
Mas a Coalizão Nacional tem pouca
influência e é combatida por outros grupos, deixando o país sem uma alternativa
convincente para substituir Assad.
Sem nenhuma das partes com capacidade
para se impor de forma definitiva, a comunidade internacional concluiu faz
tempo que o conflito só terminará com uma negociação. No entanto, já
fracassaram várias tentativas de cessar-fogo e de diálogo envolvendo a Liga
Árabe e a ONU.
Em maio de 2013, americanos e russos
começaram em uma conferência na Suíça a trabalhar para implementar o Comunicado
de Genebra de 2012, um acordo internacional apoiado pela ONU que pede o
estabelecimento de um governo de transição de unidade nacional.
O diálogo começou em janeiro de 2014,
mas foi interrompido no mês seguinte depois de duas rodadas de negociação. O
então enviado especial da ONU, Lakhdar Brahimi, culpou o governo sírio por ter
se negado a discutir as demandas da oposição e por sua insistência em
centrar-se na luta contra os "terroristas", um termo empregado a
todos que oponham a Assad.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
afirmou que o objetivo de longo prazo da organização é encontrar uma solução
política baseada na Convenção de Genebra.
O enviado especial da ONU, Staffan de
Mistura, também propôs a criação de "zonas livres", com negociações
locais de cessar-fogo para permitir a chegada de ajuda humanitária a áreas
sitiadas.
Mas as tentativas de alcançar uma
trégua foram rechaçadas pelos grupos rebeldes, que temem que o governo a
utilize para reposicionar suas forças.
O que começou como um levante da
Primavera Árabe contra um líder ditatorial foi se transformando em uma guerra
brutal, envolvendo potências regionais e globais.
Irã e Rússia dão sustentação ao governo
Assad; a milícia islâmica libanesa Hezbollah e grupos jihadistas vinculados à
Al-Qaeda também enviaram combatentes ao conflito e ampliam seu caráter
sectário.
A oposição, dominada pelos sunitas, tem
tido diferentes níveis de apoio da Turquia, Arábia Saudita, Catar e outros
Estados árabes, além de Estados Unidos, França e Reino Unido.
No entanto, o surgimento de rebeldes
islâmicos linha-dura e a chegada de jihadistas de todas as partes do mundo
esfriou o respaldo internacional e regional à oposição.
Fontes:
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/08/enquanto-voce-vive-sua-vida-essas-criancas-estao-morrendo-diz-autor-de-cartum-viral-sobre-menino-sirio.html
Enviado por: final: Júlia H. Rocha – 2º ano do Ensino Médio.
É uma completa crueldade o que essas pessoas estão fazendo sem pensar nas consequências que seus atos tem sobre pessoas inocentes como Aylan, Omran e muitas outras vítimas desses ataques
ResponderExcluirNão é certo que protestos como esse que deu inicio a essa situação degradante na síria seja feito, porque mesmo que a intenção seja reivindicar atos de crueldade, os próprios protestantes acabam fazendo-os sem perceber quando entram em conflito com os militares.
ResponderExcluiré muito triste ver que em pleno século 21 esta acontecendo esse tipo de absurdo, as crianças desses locais não tem esperança, não sabem se conseguiram chegar até a idade adulta e ser alguém na vida ja que sofrem ataques frequantemente.
ResponderExcluirÉ difícil ver casos como esses e aceitar que não podemos fazer nada a respeito. Pessoas inocentes pagam pelos atos de outros. Perdem suas casas, escolas, hospitais e muitas vezes suas vidas por protestos extremamente violentos e que poderiam ser resolvidos de outras formas. O que sera dessas crianças e jovens daqui a uns anos convivendo e sendo influenciados com tanta crueldade?
ResponderExcluirNa Síria, o Governo e as facções rebeldes afirmam que os alvos de suas bombas e projéteis são objetivos militares inimigos, mas os resultados indicam uma guerra brutal que faz das crianças as maiores vítimas, atingindo-as impiedosamente deixando marcas para o resto da vida.
ResponderExcluirNa Síria, o Governo e as facções rebeldes afirmam que os alvos de suas bombas e projéteis são objetivos militares inimigos, mas os resultados indicam uma guerra brutal que faz das crianças as maiores vítimas, atingindo-as impiedosamente deixando marcas para o resto da vida.
ResponderExcluirNa Síria, o Governo e as facções rebeldes afirmam que os alvos de suas bombas e projéteis são objetivos militares inimigos, mas os resultados indicam uma guerra brutal que faz das crianças as maiores vítimas, atingindo-as impiedosamente deixando marcas para o resto da vida.
ResponderExcluirA questão é: até quando vamos continuar sentados em frente a um TV ou a uma tela de computador e só apenas ficar lamentando? Os seus irmãos, filhos, netos e até bisnetos, estão por aí brincando, aprendendo, dormindo bem, agora imagina se fossem eles no lugar destes dois meninos ou as outras milhares de crianças e adultos que estão passando por isso.Então vamos ajudar, publicamente ou virtualmente, fazer algo, por mais simples que for, mas que ajude.
ResponderExcluirConcordo Julia, enquanto a gente lamenta não ira acontecer nada,o que de fatos elas precisam é de atitudes para mudar essa crueldade que estão fazendo com elas ,que são totalmente inocentes,muito lamentável.
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