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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

No Japão, um Imperador constrangido pela História e por uma crise de identidade nacional.

A ideia de que o Imperador japonês, Akihito, gostaria de abdicar desafia algo muito maior que as leis que o obrigam a servir até a morte e/ou questões sobre a sucessão.
O Imperador Akihito está lutando com um problema de sua posse, em 1989, que definiu seu governo no Japão no pós Segunda Guerra Mundial. O Imperador é suposto mediar, e as vezes até mesmo personificar, duas idéias contraditórias que fazem a identidade nacional japonesa: uma democracia pacifista que oficialmente rejeita o passado imperial e um prolongado senso de identidade que está preso ao passado.
O seu pronunciamento feito na segunda-feira refletiu tal paradoxo. O império moderno foi criado, no começo do século XIX e começo do século XX, para ser a peça central da ideologia central japonesa. Tal ideologia, que culminou nas atrocidades cometidas durante a guerra, requis de um Imperador divino que pudesse ser adorado com a mais literal das personificações da nação. A lei atual que proíbe a sua abdicação é um legado de seu status divino, como pode uma deidade abdicar?
O Imperador Akihito não pode simplesmente pedir abertamente que mudem a lei, pois, em 1947, o vitorioso Estados Unidos da América impôs uma nova constituição ao Japão que proíbe o imperador de intervir na política.
Tal decisão foi parte do plano esperançoso que os estadunidenses fizeram no Japão,o qual eles ocuparam por sete anos após a Segunda Guerra Mundial: ao invés de desmantelar o governo fascista completamente, como feito na Alemanha, eles mantiveram o imperador e outros elementos em seus lugares, esperando, assim, uma forma de legetimizar sua ocupação.
Os EUA, focados na Guerra Fria, queriam consolidar o Japão como uma democracia amigável. Eles têm uma que forçar o Japão a pagar por seus crimes de guerra e destituir o imperador do seu poder poderia mandar o Estado aos braços dos soviéticos.
Os líderes estadunidenses da ocupação também agiam foram do animus racial pois eles "consideravam o povo japonês infantil, prontos para a selvageria se não fossem guiados por uma mão firme" disse o historiador Ivan Burum em seu livro de 2003, "Inventing Japan" O general Douglas MacArthur, que liderou a ocupação, declarou que os japoneses nao eram uma "raça madura" como os alemães.
Os ocupantes permitiram o Japão desenvolver um mito em que seu povo é seu imperador — formalmente considerados como sinônimos— foram vítimas ao invés de autores internacionais da militarização que a nova constituição rejeitou.
A nação, então, foi posta a frente desta nova, identidade demonstrativa sem nunca ter que rejeitar completamente a sua antiga auto-concepcão — e o imperador foi feito as pressas, e para um feito misto, do maior símbolo do ultrnacionalismo japonês para um receptáculo para os novos ideiais de liberalismo e pacifismo.
Tal política de provou ser um erro, aponta Carol Gluck, um historiadora da universidade de Columbia que estuda o Japão, pois ele contou tanto em repropor, e então consolidou, o pensamento imperial.
"Eles pegaram o . mesmo imperador, tiraram-o de seu uniforme branco e o colocaram em uma farda escura, e disseram 'O imperador é o símbolo do Estado e a unidade do povo japonês,' " diz a Senhorita Gluck. "Ele ainda é o mesmo imperador. Ele não sabe como se comportar diferente."
O imperador, Hitohito, que durante a guerra foi um sinônimo aos extremos do império japonês, permaneceu no seu cargo até 1989, os japoneses, por meio século, foram colocados entre duas mensagens contraditórias: os ideiais antigos foram um erro, os foi dito, e ainda assim o homem mais associavel a Taís ideiais permanece sendo a cabeça mor do Estado, visível e celebrado todos os dias.
Tal tensão tem acontecido repetidamente desde então, nos debates acalorados sobre reconhecer os crimes de guerra, a persistência dos templos imperiais que decoram os heróis de guerra e criminosos de guerra em um culto de adoração e a controvérsia sobre os esforços do Primeiro-Ministro Shing Abe para fazer o Japão um país mais "normal" por desfazer suas restrições militares.
Quando o imperador Hitohito morreu em 1989, ele passou o trono ao seu filho, Akihito, que herdou uma posição que representa primeiramente nem o militarismo ndm o pacifismo, nem o passado nem o presente, mas a não-resolvida tensão entre os dois, a personificação de um crise de identidade nacional dolorosa e estranha demais para ser lidade abertamente.
Diferentemente de seu pai, Akihito tem, apesar se tudo, dedicado-se a tentar desfazer os nos dessas contradições.
Com menos de um ano do regime do imperador Akihito,em Janeiro de 1990, o prefeito de Nagasaki quebrou um tabu nacional ao diEr que o Hitohito possuía responsabilidade pelos crimes imperiais. Quando um japonês ultranacionalista atirou e o feriu gravemente, o imperador Akihito viajou até Nagasaki para mostrar solidariedade para com o prefeito, que criticou o pai do imperador.
Nós anos subsequentes, o Imperador Akihito reconheceu a dívida japonesas a cultura coreana e suas próprias raízes coreanas — outro tabu num país que por muito tempo tratou os coreanos como inferiores. Ainda mais controverso, ele expressou arrependimento pelos abusos cometidos na guerra. Em 1998 um perfil na The Atlantic o creditou por "afiar e aprofundar a opinião pública japonesa no que tange o tempo pelas atrocidades cometidas contra a China e contra seu próprio povo durante a Segunda Guerra Mundial.
Como Nixon indo a China, apenas o imperador podeira comentar tão abertamente sobre o passado imperial.
Ainda mais que isso,o Imperador Akihito vem "manarquizando" o império, nas palavras da Senhorita Gluck, fazendo-o mais parecido com monarquias europeias. "Fazendo esse congruente com as instruções democráticas do Japão" ela sugere que, ele provavelmente está esperando conseguir fazer o Japão avançar em direção a nova, democrática identidade e para longe de seu passado.
O Imperador Akihito, ela aponta, tinha 11 anos quando a guerra acabou e o Japão resistiu por u curto porém trauma período de devastação e pobreza, com milhões se tornando sem-teto e alguns estimam que o país ainda tenha perdido um terço de suas riquezas. Assim foi como o Imperador Akihito vivenciou a gloriosa era imperial cujo o fundo ele herdaria e buscaria reformar.
Mas o imperador, assim como sua nação,ainda é prisioneiro de contradições não-resolvidas e uma História não confrontada que, é normalmente falada apenas por meio de sussurros do que um dia foi um Imperador adorado, que sempre foi mais que seu cargo. Por todo seu poder, quando ele procurou a sua própria aposentadoria, foi reduzido a mendicância pública.
Fonte: http://www.nytimes.com/2016/08/10/world/asia/japan-emperor-akihito.html
Enviado por: João Lucas Silva Carvalho Gomes – 1º ano do Ensino Médio.

Um comentário:

  1. Com essa matéria pode se observar os problemas que uma ocupação pode ter num país e como o Japão se tornou um país com uma identidade nacional fraca e instável, que se vê presa a antigas maneiras ao mesmo tempo em que tenta mudar e apagar seu passado, tudo isso por conta de intervenções mal-planejadas por países ocidentais

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