Acordos
assinados pelos Estados Unidos são um desastre ou estão obsoletos. É preciso
erguer um muro entre o país e o México, para barrar a migração irregular.
Os
americanos gastam um dinheiro que não têm para agir como polícia em países ricos
sem ganhar muito em troca - e o mundo ainda leva vantagens econômicas em cima
dos EUA.
Os
Estados Unidos devem vir em primeiro lugar. O credo é americanismo, não
globalismo.
Agrupadas,
essas ideias, lançadas por Donald Trump nos últimos meses, renderam ao
candidato republicano na corrida à Casa Branca o carimbo de
"isolacionista".
"Se
a palavra 'isolacionista' tem algum sentido, ele se qualifica como um",
descreve em um artigo de março Thomas Wright, do centro de estudos Brookings e
diretor do Projeto sobre Ordem Internacional e Estratégia.
"A
mensagem de Trump é que os EUA estão em declínio, e a razão é que os outros
países estão se aproveitando de nós", afirma Wright à Folha. "Sua visão do [plano]
doméstico está ligada à do internacional."
O próprio
Trump nega a alcunha: "Não seremos isolacionistas", disse ao
"New York Times" em março, em uma das primeiras longas falas sobre
política externa. "Acho que teremos ampla visão de mundo, mas não seremos
mais explorados por todos esses países", completa.
Mesmo que
Trump não seja tachado de isolacionista, com ele eleito, a política externa do
país daria um giro.
"É
claro que ele quer que os EUA mantenham um papel no mundo, mas seria muito
diferente de qualquer outro papel já desempenhado. Ele não respeita
instituições internacionais ou alianças tradicionais. Nada disso estaria
seguro", afirma Paul Musgrave, professor de ciência política na
Universidade de Massachusetts (Amherst).
Estudo do
Centro de Pesquisas Pew divulgado em maio - quando a corrida eleitoral não
tinha os candidatos definidos - mostra como o pensamento de Trump ressoa em
parte do eleitorado.
Para 57%
dos ouvidos, os EUA deveriam cuidar de seus próprios problemas e deixar os
demais resolverem suas questões da melhor maneira possível. E, para 37%, o país
deveria colaborar com a solução de problemas no exterior.
Wright
explica que o republicano fala para "pessoas que se sentem desrespeitadas
ou desiludidas com o status quo. Talvez se sintam deixadas para trás pela
globalização ou o mundo moderno, e querem respostas simples para remediar a
situação".
Com
Trump, emenda Musgrave, acharam o porta-voz.
Ilha:
Uma
avaliação das propostas econômicas lançadas por Trump (abrangendo impostos,
imigração e comércio exterior), feita pela agência Moody's e divulgada em
junho, aponta para uma "economia mais isolada e diminuída".
O
relatório sustenta que a ameaça de aumentar tarifas comerciais com países
parceiros e a crítica aos grandes acordos comerciais sinalizam uma inversão do
longo histórico de expansão de trocas e investimentos do país.
Uma
versão do mesmo relatório, lançada no final de julho, se debruçou sobre as
propostas da rival democrata de Trump, Hillary Clinton.
O
resultado é bem diferente. O documento conclui que as propostas de Hillary vão
resultar em uma economia mais forte, com PIB maior e mais empregos - com
benefícios maiores para pessoas de renda média ou baixa.
Segundo o
"New York Times", um dos autores dos dois relatórios, Mark Zandi,
está registrado como democrata, mas atuou na campanha presidencial do
republicano John McCain, em 2008.
Thomas
Wright, do Brookings, diz que a grande preocupação é se seria possível
recuperar, no futuro, a atual ordem internacional caso ela seja abandonada pelo
vencedor das eleições deste ano. "Se quebrar, talvez não seja possível
consertar."
Ideias de Trump:
* Pague
ou se arme: Os EUA não têm mais dinheiro para ser "a polícia do
mundo". Trump sugeriu que não seria má ideia o Japão ter armas nucleares
para se defender da Coréia do Norte, e disse que retiraria forças americanas de
posições no mundo se não houver contrapartida com os aliados.
* Sozinhos na guerra: Sugeriu que daria apoio militar a
países da Otan desde que eles contribuíssem adequadamente com as operações.
* Acordos mal assinados: Ele acha a Otan (aliança militar
ocidental) obsoleta frente ao terrorismo e que não é justo o quanto os EUA
desembolsam por ela. Diz que o Nafta é "um desastre" e levou empresas
e empregos para o México. "A China, e muitos outros" se aproveitam
dos EUA com nossos terríveis acordos comerciais".
* Fronteiras altas: Trump defende suspender, por enquanto, a
entrada de imigrantes de "regiões ligadas ao terrorismo" e erguer um
muro para barrar a entrada de migrantes mexicanos.
Fonte: Folha de São Paulo, 7/8/16.
Enviado por: Profº Marcelo Osório
Costa.
Estados Unidos já é um país que se preocupa bastante com si próprio e, com a candidatura de Donald Trump promete ficar mais fechado ainda, devido sua preocupação com o atual estado do país e os danos, que segundo ele, vem sofrendo. O fato de querer bloquear de vez a fronteira entre eles e o México gerou muito polêmica. Inclusive houve muitas críticas de celebridades, como Mario Vargas Llova e George Clooney, que o chamaram de xenófobo.
ResponderExcluirO governo do México também respondeu os comentários dizendo que eram preconceituosos.
Donald Trump provou que ele é um isolacionista por querer construir muros para barrar a entrada de imigrantes ilegais, principalmente os mexicanos, ele também quer tirar tropas estadunidenses de outros países, alegando que não recebe nada em troca, e quer parar de financiar a OTAN. Então quer dizer que ele quer acabar com todas as tradições estadunidenses.
ResponderExcluirTrum faz colocações sobre os Estados Unidos e sua economia de acordo com seu ponto de vista, está querendo poupar o pais de sofrer maiores consequencias no futuro, mas isso pode afetar a globalização.
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