Quatro
autoridades que sofreram impeachment em outros países.
Como
você deve saber, o processo de impeachment
não é exclusivo da democracia brasileira. Ao longo da história, várias
autoridades de diversos países mundo afora já tiveram que passar por esse
processo, que existe há pelo menos 400 anos.
Francis
Bacon (Grã-Bretanha, 1621).
O
surgimento do impeachment remonta à
Inglaterra medieval, época em que surgiram os primeiros parlamentos daquele
país. Como naqueles tempos o líder político inglês era o rei (que evidentemente
não poderia ser destituído), estavam sujeitos a um impeachment apenas os altos funcionários da monarquia, como os ministros.
O
caso mais famoso de impeachment na
Inglaterra na Idade Média foi o de Francis Bacon. Para quem não sabe, Bacon era
um famoso escritor e cientista britânico e ocupava, em 1621, um cargo
semelhante ao que hoje chamamos de primeiro-ministro. Ele ainda foi preso e
morreu no ano de 1626.
Mas
faz muito tempo que o impeachment não
é mais usado no Reino Unido. O último caso de que se tem notícia de um
funcionário “impedido” naquele país foi no ano de 1805. Hoje em dia, o
parlamento inglês prefere usar o voto de desconfiança. Esse voto é decidido em
uma sessão especial em que os parlamentares julgam se o primeiro-ministro é
digno de confiança ou não. Se não for mais considerado digno de confiança pelo
parlamento, o primeiro-ministro renuncia ao poder e o partido da maioria elege
um substituto. Assim, evita-se o longo processo jurídico que envolve o impeachment, que depende de formalidades
jurídicas.
Andrew
Johnson (Estados Unidos, 1868).
O impeachment também é utilizado há muito
tempo nos Estados Unidos. Lá ele não tem qualquer consequência criminal
(parecido com o uso desse processo no Brasil). A única coisa que o impeachment faz é afastar um funcionário
do Executivo de seu cargo.
Há
três registros de presidentes que sofreram, ou praticamente sofreram um impeachment no país, mas nenhum deles
chegou a perder o mandato, apenas foram afastados enquanto o processo era
julgado pelo poder legislativo. O primeiro deles foi Andrew Johnson, lá em
1868. Na câmara, ele foi condenado, mas o Senado o absolveu por apenas um voto.
Ele assumiu a presidência depois do assassinato de Abraham Lincoln (ele era o
vice). A tentativa de tirar Johnson do cargo através do impeachment tem a ver com o momento político dos Estados Unidos,
que havia acabado de viver uma dramática guerra civil (1861-1865), em que o sul
do país, ainda escravista (de onde vinha Johnson) buscou a independência do
norte, de maioria republicana e anti-escravista.
Bill
Clinton (Estados Unidos, 1999).
No
século 20, tivemos duas situações em que o impeachment
foi acionado nos Estados Unidos – mas sem nunca culminar no afastamento do
presidente. A primeira ocorreu com Richard Nixon, em 1974, que se envolveu no
famoso escândalo de corrupção conhecido como Watergate. Nixon estava em vias de sofrer o impeachment por causa de seu envolvimento no escândalo, mas
preferiu renunciar do cargo antes que isso acontecesse.
Já Bill
Clinton não conseguiu escapar do processo enquanto estava na presidência, entre
o fim de 1998 e o início de 1999. Ele se envolveu em um escândalo sexual com
uma estagiária da Casa Branca, Monica Lewinsky. Mas ao contrário de Nixon, ele
não renunciou, mesmo após ter sofrido a derrota na Câmara (House of Representatives). Ele acabou absolvido pelo Senado, em que
eram necessários mais de dois terços dos votos – apenas 50 dos 100 senadores
votaram pela condenação de Clinton. Assim, ele pôde completar o seu
mandato normalmente
Carlos
Andrés Perez (Venezuela, 1993).
Collor
foi o primeiro presidente latino-americano a sofrer um impeachment, em 1992. Logo depois disso, foi a vez de a Venezuela
inaugurar o uso desse dispositivo. Perez estava em seu segundo mandato como
presidente venezuelano e a diferença de ação era notável. Enquanto no seu
primeiro mandato, ainda nos anos 70, ele implementou políticas tipicamente de
governos de esquerda (como a nacionalização de várias indústrias), a política
de seu segundo governo seguia uma orientação neoliberal, com planos de
ajuste fiscal, privatizações e enxugamento da máquina pública. Com escândalos
de corrupção circundando o governo e descontentamento popular, houve duas
tentativas frustradas de golpe de estado em 1992. Em 1993, porém, ele não foi
destituído pela via legal: foi o primeiro presidente venezuelano a sofrer o impeachment.
Fonte:
http://www.politize.com.br/4-autoridades-que-sofreram-impeachment-mundo-afora/
Enviado
por: Isadora Aparecida Silva de Oliveira - 3°ano do Ensino Médio.
Muito interessante, pois mostra o Impeachment em outros países, o Impeachment foi um golpe ocorrido atualmente em nosso país.
ResponderExcluirIsso mostra que o Impeachment não esta ocorrendo em apenas nosso país, outros paises ja sofreram com isso tambem
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