1. O
que é e o que quer o 'Estado Islâmico'?
O grupo estabeleceu um califado, uma forma de
Estado dirigido por um líder político e religioso de acordo com a lei islâmica,
a sharia. O 'EI' controla hoje um
território que engloba partes da Síria e do Iraque.
Apesar de estar presente só nestes dois países, o
grupo prometeu "romper as fronteiras" do Líbano e da Jordânia com o
objetivo de "libertar a Palestina" e, para isso, tem pedido o apoio
de todo o mundo muçulmano, além de exigir que todos jurem lealdade a seu líder
(califa), Abu Bakr al-Baghdadi.
2. Qual
é sua origem?
Estimativas dão conta de que grupo e aliados
controlam ao menos 40 mil km2 no Iraque e na Síria.
Para buscar as raízes do 'EI", é preciso
voltar a 2002, quando o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, já falecido, criou o
grupo radical Tawhid wa al-Jihad.
Um ano depois da invasão liderada pelos Estados
Unidos no Iraque, Zarqawi jurou lealdade a Osama Bin Laden e fundou as bases da
Al Qaeda no Iraque, que se tornou na maior força insurgente dos anos de
ocupação americana.
No entanto, depois da morte de Zarqawi em 2006, a
Al Qaeda criou uma organização alternativa chamada "Estado Islâmico de
Iraque" (Isi, na sigla em inglês).
O Isi foi enfraquecido pelos ataques das tropas
americanas e pela criação dos conselhos sahwa, liderados por
tribos sunitas que rejeitaram a brutalidade do grupo.
Em 2010, Abu Bakr al-Baghdadi se tornou seu novo
líder, resconstruiu a organização e realizou múltiplos ataques. Três anos
depois, se união à rebelião contra o presidente sírio Bashar al Assad, junto
com a frente Al Nusra.
Abu Bakr anunciou a fusão das milícias no Iraque e
na Síria em abril daquele ano e a batizou como "Estado Islâmico do Iraque
e do Levante" (ISIS, na sigla em inglês).
Os líderes da Al Nusra rejeitaram esta fusão. Mas
os combatentes leais a Abu Bakr o seguiram em seu empenho jihadista. Em
dezembro de 2013, o ISIS se concentrou no Iraque e aproveitou a divisão
política entre o governo de orientação xiita e a minoria sunita.
Com a ajuda de líderes tribais, conseguiram
controlar a cidade de Faluja. Mas o grande golpe veio em junho de 2014, quando
assumiram o controle de Mosul, a segunda maior cidade do país, e continuaram a
avançar rumo à capital, Bagdá.
Em julho, já controlavam dezenas de outras cidades
e localidades. Neste ponto, o Isis declarou ter criado um califado e mudou seu
nome para "Estado Islâmico".
3.
Quanto território o grupo controla?
Estimativas dão conta de que o grupo e seus aliados
têm sob seu controle ao menos 40 mil km² no Iraque e na Síria, quase o
equivalente ao território da Bélgica. Mas outros analistas afirmam que são
cerca de 90 mil km², o mesmo que toda a Jordânia.
Esse território inclui as cidades de Mosul, Tikrit,
Faluja e Tal Afar no Iraque, e Raqqa na Síria, além de reservas de petróleo,
represas, estradas e fronteiras.
Ao menos 8 milhões de pessoas vivem em áreas controladas
total ou parcialmente pelo 'EI', que faz uma interpretação radical da sharia,
forçando mulheres a usar véu, realizando conversões forçadas, obrigando o
pagamento de um imposto e impondo castigos severos, que incluem execuções.
4.
Quantos membros tem?
Autoridades americanas acreditam que o "Estado
Islâmico" tenha cerca de 15 mil combatentes. No entanto, o especialista em
segurança iraquiano Hisham al-Hisham estima, no início de agosto, esse número
em entre 30 mil a 50 mil.
Por volta de 30% deles o faz por pura convicção,
enquanto o restante foi coagido pelos líderes do grupo a entrar nele. Um número
considerável de combatentes não é iraquiano ou sírio. A consultoria Soufan,
especializada em segurança no Oriente Médio, estima que haja ao menos 12 mil
estrangeiros entre seus membros, dos quais 2,5 mil teriam vindo de países do
Ocidente nos últimos três anos.
5. Que
armamentos usa?
Os membros do "EI" têm acesso a e são
capazes de usar uma grande variedade de armas, inclusive artilharia pesada,
metralhadoras, lançadores de foguetes e baterias antiaéreas. Em suas incursões
militares eles capturaram tanques de guerra e veículos blindados dos Exércitos
sírio e iraquiano.
Além disso, o grupo tem um constante abastecimento
de munição que mantém seu Exército bem armado. O poder de seus ataques recentes
e enfrentamentos com o Exército curdo no norte do Iraque surpreendeu a muitos.
6. Como
se financia?
Grupo se
autofinancia com venda de petróleo e gás, impostos e crimes
O grupo disse ter US$ 2 bilhões (R$ 7,6 bilhões) em
dinheiro. Isso faria dele o grupo insurgente mais rico do mundo.
A princípio, seu apoio vinha de indivíduos de
países árabes do Golfo Pérsico, como Catar e Arábia Saudita. Ultimamente,
consegue se sustentar ao ganhar milhões de dólares com a venda de petróleo e
gás dos campos que controla, dos impostos que recolhe em seu território e de
atividades ilícitas, como contrabando e sequestro.
Sua ofensiva no Iraque também foi bastante
lucrativa, já que obteve acesso ao dinheiro que estava nos bancos das principais
cidades que passou a controlar.
7. Por
que suas táticas são tão brutais?
Os membros do "EI" são jihadistas que
fazem uma interpretação extrema do ramo sunita do Islã e acreditam ser os
únicos reais fiéis. Veem o resto do mundo como infiéis que querem destruir sua
religião.
Desta forma, atacam muçulmanos e não muçulmanos.
Decapitações, crucificações e assassinatos em massa já foram usados para
aterrorizar seus inimigos. Os militantes usam versos do Corão para justificar
seus atos, como trechos que incitam a "golpear a cabeça" dos infiéis.
O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, condenou as
ações do "EI" em fevereiro passado e advertiu ao califa que a
brutalidade o faria perder o "coração e a cabeça dos muçulmanos".
Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/11/151114_estado_islamico_entenda_rb
Enviado
por: Beatriz Dal Bello – 1º ano do Ensino Médio.
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