O Segundo Reinado iniciou-se com a declaração de
maioridade de Dom Pedro II, realizada no dia 23 de julho de 1840. Na época, o
jovem imperador tinha apenas quatorze anos de idade e só conseguiu ocupar o
posto máximo do poder executivo nacional graças a um bem arquitetado golpe
promovido pelos grupos políticos liberais. Até então, os conservadores
(favoráveis à centralização política) dominaram o cenário político nacional.
Antes do novo regime monárquico, o período
regencial foi caracterizado por uma política conservadora e autoritária que
fomentou diversas revoltas no Brasil. As disputas políticas do período e o
desfavor promovido em torno do autoritarismo vigente permitiram que a manobra
em favor de Dom Pedro de Alcântara tivesse sustentabilidade política. Nos
quarenta e nove anos subsequentes o Brasil esteve na mão de seu último e mais
longo governo monarca.
Para contornar as rixas políticas, Dom Pedro II
contou com a criação de dispositivos capazes de agraciar os dois grupos
políticos da época. Liberais e conservadores, tendo origem em uma mesma classe
socioeconômica, barganharam a partilha de um poder repleto de mecanismos onde a
figura do imperador aparecia como um “intermediário imparcial” às disputas
políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam ministérios, o rei era blindado
pelos amplos direitos do irrevogável Poder Moderador.
A situação contraditória, talvez de maneira
inesperada, configurou um período de relativa estabilidade. Depois da Revolução
Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna se impôs contra a autoridade
monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal condição no bom
desempenho de uma economia impulsionada pela ascensão das plantações de café.
No entanto, esse bom desempenho conviveu com situações delicadas provindas de
uma economia internacional em plena mudança.
O tráfico negreiro era sistematicamente combatido
pelas grandes potências, tais como a Inglaterra, que buscava ampliar seus
mercados consumidores por aqui. A partir da segunda metade do século XIX,
movimentos abolicionistas e republicanos ensaiavam discursos e textos
favoráveis a uma economia mais dinâmica e um regime político moderno e
inspirado pela onda republicana liberal.
Após o fim da desgastante e polêmica Guerra do
Paraguai (1864-1870), foi possível observar as primeiras medidas que indicaram
o fim do regime monárquico. O anseio por mudanças parecia vir em passos tímidos
ainda controlados por uma elite desconfiada com transformações que pudessem
ameaçar os seus antigos privilégios. A estranha mistura entre o moderno e o
conservador ditou o início de uma república nascida de uma quartelada
desprovida de qualquer apoio popular.
Fonte:
http://brasilescola.uol.com.br/historiab/segundo-reinado.htm
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